Maduro dá lição de democracia (só que não): Venezuela emite alerta contra os EUA

Maduro dá lição de democracia (só que não): Venezuela emite alerta contra os EUA

Ditador que persegue, prende e tortura agora acusa os americanos de serem “perigosos” para migrantes

Sim, você não leu errado. O governo de Nicolás Maduro, aquele mesmo que mantém mais de 900 presos políticos, censura opositores e transforma eleições em piada, resolveu posar de defensor dos direitos humanos. Neste domingo (1º), o regime venezuelano soltou um “alerta máximo de viagens” para seus cidadãos, pedindo que evitem os Estados Unidos — descritos, sem um pingo de vergonha, como “um país perigoso onde os direitos humanos não existem”.

Em vídeo divulgado pela chancelaria de Maduro, o recado é direto: “Se está pensando em viajar, cancele agora. Se já mora lá, fuja imediatamente.” Segundo eles, os EUA seriam uma ameaça real à vida dos venezuelanos, um lugar dominado por uma “máquina de perseguição a imigrantes” e uma “obsessão xenófoba”.

E não para por aí. O governo chavista acusa os americanos de praticar sequestros na fronteira, prender imigrantes em jaulas e até transferir venezuelanos para prisões de segurança máxima em El Salvador, que Caracas teve o desplante de chamar de “campo de concentração”.

Sim, é isso mesmo: o regime que prende opositores, silencia jornalistas, mata a fome do povo com repressores armados e desmontou qualquer resquício de democracia, agora se acha no direito de dar sermão sobre direitos humanos.

Curiosamente, esse teatrinho vem poucos dias depois de os Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, reforçarem um alerta exatamente na direção contrária: “Se você é americano, saia da Venezuela. E se estava pensando em ir… pense melhor.” O motivo? Risco de prisões arbitrárias e perseguições no país governado por Maduro.

Se não bastasse, os EUA também voltaram a apertar o cerco econômico, suspendendo licenças para empresas que mantinham negócios com a estatal petrolífera venezuelana PDVSA — uma das últimas torneiras de dinheiro do regime.

Ainda assim, mesmo em meio a sanções e críticas, a Casa Branca conseguiu negociar a libertação de pelo menos seis cidadãos americanos que estavam presos na Venezuela. Porque, sim, o país que Maduro chama de “perigoso” ainda negocia para salvar reféns que Caracas sequestrou, na cara dura, como moeda de troca.

No fim das contas, é o sujo falando do mal lavado. Aliás, não: é o sujo chamando o limpo de imundo, enquanto esconde o lixão que virou seu próprio quintal.

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