Marco Rubio: A Escolha Diplomática de Trump que Ecoa na América Latina
Cotado para assumir o comando da diplomacia, senador já criticou Lula e apoiou Bolsonaro
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deve anunciar em breve o nome de Marco Rubio, senador pela Flórida, como seu Secretário de Estado. A possível nomeação do republicano, de origem cubana, é um sinal das intenções de Trump de intensificar os laços com a América Latina e promover uma postura firme diante de regimes autoritários. Rubio, conhecido por seu tom duro em relação à China, Irã e Cuba, não poupou críticas ao governo de Lula e demonstrou apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Rubio, senador desde 2011, possui uma visão de política externa alinhada com a ala mais conservadora dos republicanos, endossando frequentemente medidas de combate ao que chama de “influências malignas” na América do Sul. Desde o início do governo Bolsonaro, Rubio celebrou a nova aliança entre Brasil e EUA, considerando-a vital para conter o avanço de China, Rússia e Irã na região.
Críticas a Lula e Postura Firme sobre Censura no Brasil
Após o Supremo Tribunal Federal suspender temporariamente o Twitter (X), Rubio acusou o Brasil de adotar uma “medida autoritária”. O senador destacou que a ação, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, comprometeria as liberdades no país e prejudicaria a relação Brasil-EUA. Segundo ele, o Brasil deveria “retificar essa decisão” para proteger a liberdade de expressão.
Rubio também já se posicionou fortemente contra a aproximação de Lula com a China. Para ele, o governo chinês emprega uma “diplomacia da dívida” para manter os países como reféns, e a nova relação entre o Brasil e o gigante asiático coloca o país em risco de perder autonomia.
OVNIs, Ucrânia e Mudança na Política Externa Republicana
Rubio, ainda, é uma figura que abraça temas pouco convencionais. Em entrevista à “NewsNation”, confirmou que testemunhas de alta patente dos EUA afirmaram a existência de OVNIs e mencionou relatos de “corpos alienígenas” já encontrados. Rubio, apesar de não atestar a veracidade das afirmações, indicou que os relatos poderiam ser reais.
No contexto da guerra da Ucrânia, Rubio defendeu uma negociação com a Rússia, indo contra a linha tradicional republicana de apoio a intervenções militares. Para ele, é irrealista acreditar que a Ucrânia conseguirá recuperar todos os territórios perdidos e, portanto, um acordo negociado seria o caminho.
Impacto da Escolha de Rubio para a América Latina
Caso seja confirmado, Rubio pode se tornar o primeiro latino a assumir o cargo de chefe da diplomacia americana, o que, segundo especialistas, poderá significar um novo protagonismo da América Latina na política externa dos EUA. Mauricio Claver-Carone, aliado de Rubio, afirma que, com ele à frente da diplomacia americana, a região estará mais presente no cenário político dos EUA do que em qualquer outra administração anterior. Essa possível nomeação, portanto, representa mais do que um novo rosto na política americana: é a promessa de uma abordagem incisiva em temas críticos para a América Latina e para o Brasil, especialmente no que tange a democracia, segurança e relações com potências autoritárias.
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