Mário Frias critica Lei da Ficha Limpa e defende mudanças para candidatura de Bolsonaro

Deputado do PL chama legislação de “imbecilidade da esquerda” enquanto aliados buscam reduzir tempo de inelegibilidade

O deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, criticou duramente a Lei da Ficha Limpa, classificando-a como uma “imbecilidade da esquerda”. A declaração ocorre em meio a movimentações de parlamentares bolsonaristas para alterar a legislação e viabilizar uma possível candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2026.

Debate sobre a inelegibilidade

Em uma publicação nas redes sociais, Frias argumentou que a Lei da Ficha Limpa impede a eleição popular e que foi “comprada pela sociedade sem reflexão”. No entanto, diferentemente do que afirmou o deputado, a legislação não foi criada por políticos de esquerda, mas sim proposta por um grupo de juristas e levada ao Congresso com apoio de 1,6 milhão de assinaturas.

O parlamentar também comparou a situação de Bolsonaro com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que conseguiu disputar as eleições de 2022 após o STF anular suas condenações da Operação Lava Jato. Segundo ele, enquanto Lula pôde concorrer, Bolsonaro pode ficar inelegível “por uma ridícula acusação de golpe de Estado”.

Tentativa de mudança na legislação

Para tentar reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, aliados do ex-presidente estão pressionando pela tramitação de um projeto de lei complementar (PLC) do deputado Bibo Nunes (PL-RS), que propõe reduzir o tempo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos. Caso aprovado, Bolsonaro, atualmente impedido de disputar eleições até 2030, poderia concorrer já em 2026.

Além disso, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) protocolou uma proposta que exige uma condenação na Justiça civil comum para que a inelegibilidade seja aplicada, o que também poderia beneficiar Bolsonaro.

Esses movimentos mostram que a batalha política sobre a elegibilidade do ex-presidente deve continuar a gerar debates acalorados nos próximos meses.