Mensagens mostram relação criminosa entre ministro de Lula e empresário, diz Policia federal
O ministro das Comunicações do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juscelino Filho (UB-MA), está sendo investigado por supostamente ter estabelecido uma relação criminosa com o proprietário de uma empreiteira suspeita de desvios em contratos da Codevasf, uma estatal federal, de acordo com um relatório da Polícia Federal (PF).
A suspeita surgiu após a PF ter acesso a conversas encontradas no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, e essas informações foram incluídas em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na época das supostas atividades, Juscelino era deputado federal.
O empresário é apontado como o verdadeiro dono da Construservice, que possui contratos milionários com a Codevasf, financiados por emendas parlamentares. No entanto, ele não aparece como sócio nos registros oficiais.
As investigações da PF sobre a atuação da empresa em contratos com a estatal avançaram após uma reportagem do jornal A Folha de S.Paulo. A matéria revelou que a empreiteira chegou a figurar como vice-líder em licitações da Codevasf e utilizou intermediários para participar de concorrências públicas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
A defesa do ministro afirmou em nota que não há irregularidades nas obras e classificou qualquer suspeita de benefício pessoal de Juscelino por meio de emendas como uma “ilação absurda”. Eles argumentam que as emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e que todas as ações de Juscelino Filho foram legais.
As mensagens analisadas pelos investigadores, segundo o relatório, corroboram a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e evidenciam que “sua participação na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do suposto grupo liderado pelo empresário.
O relatório também afirma que há uma clara relação criminosa estabelecida entre Juscelino Filho e Eduardo DP. De acordo com o documento enviado ao STF, o grupo do ministro teria sido responsável por um suposto desvio ou apropriação e uso indevido de, no mínimo, R$ 835,8 mil.