Ministro Flávio Dino diz que ‘quadro é muito desafiador’ na Bahia
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rejeitou a ideia de uma intervenção federal na Bahia para conter a onda de violência no estado. Ele afirmou que tal intervenção só deve ocorrer em situações onde o governo estadual não está agindo de forma efetiva.
“Não se cogita por uma razão: o governo do estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada. No sentido amplo da palavra intervenção, claro que há, no sentido da presença. A presença está sendo ampliada. Mas em parceria com o governo do estado”, disse Dino.
Segundo ele, as organizações criminosas ganharam força na Bahia nos últimos anos, e houve um aumento no acesso a armas. Em resposta a essa situação, foi criada a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), uma colaboração entre os governos estadual e federal.
Apesar do reforço na presença policial, Dino ressaltou que a situação não configura uma intervenção federal. Ele destacou que estão trabalhando para evitar mortes em confrontos e que o apoio financeiro e material está sendo fornecido.
Até o momento, pelo menos 45 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança na Bahia durante o mês de setembro de 2023. A maioria das mortes ocorreu em operações policiais em bairros periféricos de Salvador. A polícia afirma que a maioria dos mortos tinha ligação com facções criminosas ou era suspeita de outros crimes, como homicídios.
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, destacou que a guerra entre facções é a principal causa da violência no estado. Operações integradas entre as polícias Federal, Civil, Militar e Rodoviária Federal foram implementadas para enfrentar essa situação.
Segundo especialistas, as facções criminosas ganharam força na Bahia ao se unirem a grandes grupos criminosos de fora do estado, aproveitando a localização estratégica da Bahia como rota de trânsito de drogas e produtos ilícitos.
Para combater efetivamente as facções, os especialistas sugerem a implementação de estratégias a curto, médio e longo prazo, incluindo o mapeamento das áreas de atuação das facções e ações de inteligência.
A Secretaria de Segurança Pública destaca que as ações policiais são realizadas de acordo com a legalidade, visando a preservação da vida. Também ressalta os investimentos em equipamentos, capacitação, tecnologia e inteligência para as forças de segurança do estado. Além disso, destaca o uso bem-sucedido do Reconhecimento Facial na localização de foragidos da Justiça.
A nota ainda enfatiza o clima de beligerância entre facções, mencionando os ataques a viaturas e policiais durante operações de combate ao crime organizado nos últimos dois anos e meio.