Ministros que vão julgar Bolsonaro pediram impeachment de ex-presidente e deram parecer pró-Dilma
Nesta quinta-feira, 22 de junho, sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se reunirão para analisar um processo que pode resultar na inelegibilidade de Jair Bolsonaro por oito anos, acusado de abuso de poder. É importante mencionar que dois desses ministros, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, têm origem na advocacia, atuaram em favor do Partido dos Trabalhadores (PT) e foram recentemente empossados por escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A atuação passada dos novos ministros, que incluiu pedidos de impeachment de Bolsonaro e pareceres favoráveis a Dilma Rousseff, não foi questionada pela defesa do presidente. Segundo a lei, Bolsonaro teria 15 dias para alegar a suspeição dos ministros após a nomeação deles para o processo, mas essa alegação não foi feita.
Floriano de Azevedo Marques, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos novos magistrados do TSE, em várias ocasiões, manifestou opiniões sobre supostos crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro. Ele assinou petições e pedidos de impeachment do então presidente, destacando a crise em Manaus durante a pandemia de covid-19 como um dos motivos.
Além disso, Marques também se pronunciou sobre a conduta de Bolsonaro em relação à imprensa e aos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicando a existência, em tese, de crimes de responsabilidade.
É relevante ressaltar que o julgamento de Bolsonaro será realizado por sete ministros do TSE, incluindo aqueles nomeados por Lula, após um encontro com o presidente do Tribunal, Alexandre de Moraes.