
Minuta do golpe na mira: Moraes exige que Google entregue quem espalhou o documento
Ministro do STF quer rastrear responsáveis por divulgar online a proposta golpista encontrada com Anderson Torres
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o Google forneça, em até 48 horas, os dados de quem publicou na internet a chamada “minuta do golpe” — o documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que sugeria uma intervenção ilegal após as eleições de 2022.
A decisão foi tomada após um pedido da própria defesa de Torres, que tenta provar que o texto circulava amplamente na rede antes de ser achado em sua residência. Segundo os advogados, bastaria uma busca simples com a expressão “conjur/dl” para localizar o conteúdo online, em versões praticamente idênticas.
Em resposta, Moraes não só atendeu ao pedido, como exigiu que a equipe de defesa apresente uma perícia para comprovar que o material que Torres guardava não tinha ligação com outros documentos antidemocráticos sob investigação.
Durante depoimento ao STF, Torres alegou que não lembrava da tal minuta e disse que o texto havia sido deixado em seu gabinete e guardado numa pasta, da qual teria esquecido. Ainda afirmou que estava nos Estados Unidos no dia 8 de janeiro de 2023 — data em que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas — e negou envolvimento com os ataques.
A ordem de Moraes se soma às investigações que buscam esclarecer quem estava por trás da trama golpista e como documentos como esse circularam, chegaram a autoridades e alimentaram o clima de ruptura institucional. A decisão marca mais um capítulo do esforço do STF em traçar os fios ocultos que costuraram a tentativa de desestabilizar a democracia no Brasil.