Moraes escancara inquérito contra Eduardo Bolsonaro e quebra sigilo do caso

Moraes escancara inquérito contra Eduardo Bolsonaro e quebra sigilo do caso

Deputado é investigado por tentativa de coagir autoridades, atrapalhar investigações e até ameaçar a democracia brasileira

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou abrir um inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar é investigado por, supostamente, tentar intimidar autoridades, atrapalhar investigações ligadas a organizações criminosas e, mais grave, por possível tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito de forma violenta. Moraes também decidiu quebrar o sigilo do processo.

A decisão partiu de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou uma série de declarações públicas do filho do ex-presidente com tom ameaçador. A PGR vê nas falas uma tentativa clara de pressionar e interferir nas investigações que miram tanto ele quanto Jair Bolsonaro.

De acordo com o órgão, Eduardo Bolsonaro vem, há meses, dando entrevistas e postando nas redes sociais que estaria articulando junto ao governo dos Estados Unidos a aplicação de sanções contra ministros do STF, membros da PGR e até da Polícia Federal. Entre essas sanções estariam desde o cancelamento de vistos, bloqueio de bens até restrições comerciais.

A PGR foi dura ao afirmar que essas ameaças ultrapassam os limites da liberdade de expressão e representam uma afronta direta à soberania do Brasil. Segundo o parecer, tentar submeter o Supremo à vontade de outro país é um atentado contra o próprio país. A conduta pode se enquadrar no artigo 359-I do Código Penal, que trata de negociação com governos estrangeiros para ações hostis contra o Brasil.

🔎 Investigação se intensifica, até Jair Bolsonaro entra na mira

Diante da gravidade das acusações, Moraes autorizou uma série de medidas solicitadas pela PGR, incluindo o monitoramento das redes sociais de Eduardo, além da convocação para prestar depoimento de figuras como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), o próprio Eduardo e até Jair Bolsonaro, apontado como financiador das movimentações do filho nos EUA.

Como o deputado está fora do país, Moraes autorizou que ele preste seus esclarecimentos por escrito e que a notificação seja feita, inclusive, por meios eletrônicos. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi acionado para ajudar na comunicação com as autoridades diplomáticas brasileiras nos Estados Unidos, facilitando o andamento das diligências.

O caso agora corre com força total no STF, e a quebra de sigilo dos autos deixa claro que a Justiça quer transparência e agilidade para apurar os fatos.

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