MST invade terras em todo o país e cobra governo no ‘abril vermelho’

MST invade terras em todo o país e cobra governo no ‘abril vermelho’

Em Goiás, propriedade ocupada virou assentamento e ganhou o nome de Dona Lindú, mãe do presidente Lula; áreas da Embrapa e Codevasf também são alvos


O “abril vermelho” organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marca uma intensificação das atividades do grupo em busca de pressionar o governo a avançar nas políticas de reforma agrária. As ocupações de terras, como relatadas, refletem tanto uma estratégia de visibilidade quanto uma expressão de frustração com a lentidão ou a inatividade percebida nas promessas governamentais.

O caso da ocupação de terras da Embrapa e da Codevasf sugere uma estratégia direcionada a terras de instituições estatais, o que pode ser interpretado tanto como uma maneira de pressionar diretamente o governo quanto de evitar conflitos diretos com proprietários privados, embora invasões em propriedades privadas, como a Fazenda Mariana, também ocorram.

A escolha de nomes simbólicos para os assentamentos, como Dona Lindú, indica uma tentativa do MST de estabelecer uma conexão emocional e política, fortalecendo a identidade do movimento e talvez buscando uma maior simpatia pública ou até mesmo uma resposta direta do presidente Lula, considerando a homenagem à sua mãe.

As ocupações ocorrendo em simultâneo com reuniões agendadas entre lideranças do MST e representantes governamentais sugerem que o movimento busca não apenas visibilidade através de suas ações, mas também uma alavanca negociadora, aumentando a pressão imediata para que suas demandas sejam atendidas, especialmente em um contexto onde novas políticas, como o programa “Terra da gente”, estão sendo anunciadas.

Esse contexto de ação direta e negociação aponta para a complexidade das dinâmicas de reforma agrária no Brasil, onde a ação direta do MST coexiste com tentativas de diálogo e integração dentro das estruturas políticas estabelecidas. A eficácia dessas estratégias, tanto em termos de resultados práticos para os sem-terra quanto em termos de impacto político mais amplo, continuará sendo um ponto significativo de análise e discussão.

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