‘Não aceitamos presos políticos’, afirma Celso Amorim sobre Venezuela
Celso Amorim, assessor internacional da Presidência, expressou sua preocupação com o pedido de prisão do candidato presidencial da oposição na Venezuela, Edmundo González. Em entrevista à Reuters, ele destacou que o governo brasileiro vê com apreensão o aumento do autoritarismo no país vizinho.
Amorim foi direto ao ponto: “Não há como negar que há uma escalada autoritária na Venezuela. Não vemos abertura para o diálogo; há uma reação dura a qualquer crítica. O próprio governo admitiu mais de 2 mil prisões, o que levanta suspeitas de intimidação. É claro que estamos diante de um cenário autoritário”, afirmou.
Ele também ressaltou que a possível prisão de González seria uma prisão política, dado que ele ainda está concorrendo em uma eleição não resolvida. “A situação eleitoral na Venezuela ainda está em aberto; não há vencedores definidos. Prender González seria um ato político, e nós não aceitamos presos políticos,” declarou Amorim.
Apesar do clima tenso, o governo brasileiro ainda busca uma solução pacífica para a crise venezuelana, segundo Amorim. “Alguns podem achar que isso é ingenuidade, e talvez até seja, mas ainda acreditamos em uma negociação possível. Não estamos aqui para salvar Maduro, mas sim para ajudar a Venezuela,” concluiu o assessor.