Número de mortos em protestos na Venezuela sobe para 12
O dia de manifestações intensas também deixou centenas de presos e teve apoio além das fronteiras do país. Na noite desta terça-feira (30), houve protestos em Buenos Aires e na Cidade do México.
O número de mortos durante os protestos contra o anúncio da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela subiu para 12, conforme informado por ONGs locais e pela Procuradoria-Geral do país.
As manifestações intensas ocorreram na terça-feira (30) e foram marcadas por uma repressão violenta das forças de segurança, resultando também em centenas de prisões. María Corina Machado, líder da oposição, alega ter provas de que venceu as eleições, incluindo cópias de 84% das atas eleitorais, que foram publicadas online.
A comunidade internacional está pressionando por uma recontagem transparente dos votos. A Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que não reconhece o resultado das eleições, enquanto observadores do Carter Center afirmaram que a votação “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática”.
Fontes informaram à Reuters que a oposição espera que o aumento dos protestos e a pressão internacional sobre o governo venezuelano possam levar à divulgação das contagens das urnas ou a uma solução negociada.
As manifestações contra a reeleição de Maduro também se espalharam para fora da Venezuela, com protestos em Madri, na Espanha, na segunda-feira (29), e na Cidade do México e Buenos Aires, na Argentina, na noite de terça-feira (30).
Segundo a Pesquisa Nacional de Hospitais e o Foro Penal, que monitoram a crise hospitalar e os direitos humanos na Venezuela, foram registradas 11 mortes entre civis durante os protestos, com ocorrências em Caracas, Táchira, Aragua, Yaracuy e Zúlia. O procurador-geral Tarek Saab relatou também a morte de um militar em Caracas.
Além disso, o governo venezuelano suspendeu temporariamente voos entre a Venezuela e o Panamá e estendeu a medida para o Peru, conforme comunicado da companhia aérea Latam. A suspensão ocorre após a Venezuela romper relações diplomáticas com o Peru, que acusou fraude nas eleições venezuelanas.