Olimpíadas: Igreja Católica francesa chama paródia da ‘Última Ceia’ de ‘escárnio’; ‘Na França, as pessoas são livres’
Uma representação da “Última Ceia” de Leonardo Da Vinci com drag queens, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, gerou reações controversas. A Igreja Católica francesa e políticos de extrema-direita criticaram a performance como desrespeitosa, enquanto comentaristas elogiaram a mensagem de tolerância e liberdade.
O evento, realizado no rio Sena e assistido por milhões, celebrou a vida noturna vibrante de Paris e a reputação da cidade como um centro de tolerância e diversidade. A cena bíblica foi reinterpretada com drag queens, uma modelo transgênero e um cantor nu representando o deus grego Dionísio, o que provocou uma reação da Igreja Católica na França, que emitiu um comunicado lamentando o que considerou uma zombaria do Cristianismo.
Políticos de extrema-direita também expressaram descontentamento. Marion Marechal, uma figura da direita francesa, afirmou que a paródia não representava a França, mas sim uma “minoria de esquerda pronta para qualquer provocação.” Matteo Salvini, político italiano, criticou a abertura como um insulto a milhões de cristãos.
O empresário Elon Musk também condenou a representação como “extremamente desrespeitosa para com os cristãos.”
A França, com sua tradição de secularismo e liberdade de expressão, tem uma história de debate sobre a relação entre religião e o espaço público. Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, defendeu a performance, afirmando que “na França, as pessoas são livres para amar como quiserem, são livres para amar quem quiserem, são livres para acreditar ou não.”
Alguns comentaristas consideraram a polêmica como parte das atuais guerras culturais, amplificadas pelas redes sociais e pelo ciclo de notícias 24 horas. David Aaronovitch, apresentador da BBC Radio 4, destacou que a obra de Leonardo é uma das imagens mais icônicas do mundo ocidental e já foi parodiada diversas vezes.
Philippe Katerine, que participou da cena como o “homem azul nu,” comentou que a controvérsia era esperada e que seria “chato se todos concordassem neste planeta.”