PCC Transforma Cracolândia em Negócio  Lucrativo: Especulação Imobiliária e Controle de Preços

PCC Transforma Cracolândia em Negócio Lucrativo: Especulação Imobiliária e Controle de Preços

Facção manipula criminalidade para desvalorizar e valorizar imóveis no centro de São Paulo, lucrando com compra e venda em uma área de caos e abandono

O Primeiro Comando da Capital (PCC) criou uma verdadeira “imobiliária” na região central de São Paulo, aproveitando a área da Cracolândia para manipular o valor dos imóveis de acordo com seus interesses. A facção criminosa controla a desvalorização e valorização de prédios e apartamentos, interferindo diretamente na criminalidade local para impactar os preços. Esse esquema permite que o PCC compre propriedades a preços baixos para, mais tarde, revendê-las com lucro, após criar condições que as valorizem.

O controle de atividades ilícitas na Cracolândia, como o tráfico e o uso de drogas, prostituição e assaltos, torna a facção capaz de influenciar o mercado imobiliário. Imóveis adquiridos por membros do PCC em períodos de baixa valorização são depois negociados em alta, graças ao domínio que exercem sobre a criminalidade no local.

Segundo um relatório da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), essa “especulação imobiliária criminosa” representa uma fonte considerável de lucros para a facção. A investigação aponta para a existência de um “ecossistema delitivo” estruturado, onde os crimes alimentam um ciclo de degradação que, por sua vez, facilita o controle de preços. O relatório também menciona o uso de pontos comerciais, como ferro-velhos e hospedarias, para armazenar drogas e produtos roubados, que sustentam financeiramente a organização.

Além do impacto no mercado imobiliário, o governo de São Paulo tem se mostrado preocupado com a participação de agentes públicos que colaboram ou fecham os olhos para as atividades do PCC na região. O documento sugere que o insucesso das operações de segurança pública deve-se, em parte, à influência da facção sobre setores do aparato estatal.

A investigação foi encaminhada ao Ministério Público de São Paulo, com a recomendação de abertura de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para aprofundar a análise sobre o domínio do PCC na área central da capital. Enquanto isso, o governo estadual continua adotando o combate ao PCC como uma das prioridades de segurança, buscando conter o avanço dessa rede de especulação e controle.

Fonte e Créditos: Metrópoles

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