PM condenado por tráfico na Cracolândia SP tem patrimônio incompatível
Soldado da PM foi condenado a mais de 11 anos de prisão pelo TJSP por tráfico de drogas na região da Cracolândia, no centro da capital
Um soldado da Polícia Militar (PM) em São Paulo foi condenado a mais de 11 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do estado por envolvimento com tráfico de drogas na região da Cracolândia, no centro da capital. A juíza responsável pelo caso observou que o patrimônio declarado pelo policial é incompatível com seu salário na corporação.
O soldado, identificado como Geovany Jorge Alves da Silva Júnior, de 37 anos, afirmou possuir três imóveis em São Paulo e uma casa na Bahia, além de uma frota de pelo menos quatro carros, incluindo um Volkswagen Jetta. Ele alegou que parte desses bens é fruto de uma empresa que possui em sociedade com sua esposa, dedicada à recuperação de veículos com apropriação indébita. No entanto, a juíza não aceitou essa justificativa, considerando-a insuficiente para explicar a discrepância entre seus rendimentos como soldado da PM, que é de R$ 5,6 mil, e seu patrimônio declarado.
O soldado, que trabalhava no 13º Batalhão da PM, foi preso em flagrante em agosto de 2023, após ser encontrado com cinco tijolos de maconha em uma oficina mecânica próxima ao batalhão. Na ocasião da prisão, também foi apreendida uma quantia em euros que ele não soube explicar a origem. Posteriormente, ele foi condenado a mais de 11 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas.
Durante o julgamento, Geovany alegou inocência e afirmou que a empresa que possuía com sua esposa era responsável pelo aluguel de veículos a motoristas de aplicativo. No entanto, o estatuto militar proíbe que policiais da ativa tenham empresa própria. Apesar disso, o soldado foi inocentado pela PM após inquérito policial militar.
A sentença destaca a incongruência entre a atividade policial do acusado e seu envolvimento em atividades empresariais, além da incompatibilidade entre seu patrimônio declarado e sua renda como soldado da PM.