Polícia pede mais 90 dias para concluir inquérito sobre Pablo Marçal
É investigado por colocar a vida de 30 pessoas em risco durante uma escalada ao Pico dos Marins, no Vale do Paraíba
Na época, Pablo Marçal declarou que não ordenou a subida ao local e que cada participante era responsável por suas próprias ações – (crédito: Reprodução/Instagram @pablomarcal1) Pablo Marçal declarou que não ordenou a subida ao local e que cada participante era responsável por suas próprias ações – (crédito: Reprodução/Instagram @pablomarcal1)
A Polícia Civil de Piquete (SP) solicitou à Justiça uma extensão de 90 dias para finalizar a investigação sobre a suposta tentativa de homicídio privilegiado envolvendo Pablo Marçal, pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Ele é acusado de colocar em risco a vida de 30 pessoas durante uma escalada ao Pico dos Marins em janeiro de 2022. Na quinta-feira (11/7), as autoridades policiais pediram mais tempo para concluir o inquérito.
Durante a escalada, o grupo enfrentou condições climáticas adversas, o que causou mal-estar entre os participantes. Marçal, na época, afirmou que não obrigou ninguém a subir o pico e que cada pessoa era responsável por suas próprias decisões. Ele tentou, sem sucesso, arquivar o inquérito no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e a investigação prosseguiu.
O Pico dos Marins, localizado no Vale do Paraíba, é um destino popular para turismo montanhoso, com 2.420 metros de altitude. Contudo, a Defesa Civil adverte sobre as condições desafiadoras para aventuras na área. Na ocasião, o pré-candidato postou no Instagram que aquele “foi o pior dia de nossas vidas”, mas a publicação foi posteriormente deletada.
No final de junho deste ano, o Ministério Público recebeu autorização judicial para investigar se Pablo Marçal descumpriu medidas cautelares impostas em janeiro de 2022.
A promotora Renata Galhardo Cheuen tomou conhecimento do programa La Casa Digital, um reality show com a participação de Marçal em maio deste ano. Luiz Gabriel Godoy, ex-participante, afirmou ao portal Migalhas ter enfrentado situações de desrespeito e maus tratos durante sua participação, incluindo “treinamentos físicos intensos”.
Se as alegações de Luiz Gabriel forem confirmadas, isso pode configurar o descumprimento de uma medida cautelar expedida contra Pablo Marçal em janeiro de 2022. Na época, ele foi proibido de realizar “qualquer atividade externa na natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos), por si ou por interposta pessoa sem prévia e expressa autorização”.
Em nota, Marçal negou ter descumprido qualquer medida cautelar. “Não colocamos nenhum participante em risco físico durante o evento. Vale ressaltar que minha participação no evento foi meramente como apresentador, não sendo eu o organizador”, afirmou.