
Policial Militar vira alvo novamente por vídeos nas redes: punição reacende debate sobre perseguição e uso da farda na internet
Mayara Kelly, PM do Ceará, já havia enfrentado investigação arquivada em 2022 e agora é punida com detenção por postar vídeos lavando viatura e ensinando técnica de primeiros socorros
A soldada Mayara Kelly Melo Mota, da Polícia Militar do Ceará, voltou a ser alvo de punição por conta de sua atuação nas redes sociais. Conhecida por compartilhar vídeos sobre sua rotina na corporação, ela foi recentemente sancionada após divulgar conteúdos nos quais aparece lavando uma viatura e demonstrando como fazer um torniquete — técnica usada para conter hemorragias.
Essa não é a primeira vez que Mayara enfrenta problemas por causa de suas postagens. Em 2022, ela já havia sido investigada por suposta infração disciplinar após publicar stories no Instagram. O caso acabou sendo arquivado pelo Ministério Público Militar (MPM), que concluiu que não havia violação legal. A Justiça aceitou o parecer e deu fim ao inquérito.
Agora, no entanto, os novos vídeos geraram mais uma sanção: a policial foi punida com dois dias de detenção interna, o que a obriga a permanecer no quartel fora do horário de expediente. Segundo a defesa, a medida reforça a sensação de perseguição, principalmente diante da diferença de tratamento em relação a outros policiais que também usam as redes sociais fardados — mas não são punidos.
Todo o conteúdo foi gravado dentro da unidade da PMCE e publicado nos perfis da própria soldada, que continua atuando normalmente durante o expediente. A punição, no entanto, reacende o debate sobre os limites do uso da imagem institucional da polícia nas redes e a seletividade na aplicação das regras disciplinares.