Presa pelo 8/1: Mãe é transferida para longe dos filhos pequenos, sem aviso à defesa
Irmãos viajam 250km para visitar mãe presa no segundo aniversário sem ela
Os jovens Caio e Rafael, que há um ano e cinco meses não veem a mãe, e que gravaram um vídeo a solicitar ajuda para libertá-la da prisão, terão que viajar quase 250 quilômetros para a poderem ver, ainda que por breves momentos. O filho mais novo tem seis anos, enquanto o mais velho faz 10 anos nesta quarta-feira, 17 de julho. Esta é a segunda vez que comemora o seu aniversário sem a mãe.
Durante os eventos do dia 8 de janeiro, Débora Rodrigues dos Santos, uma cabeleireira, foi acusada de grafitar a frase “Perdeu Mané” na estátua “A Justiça” usando batom. Ela foi presa em março de 2023 e encaminhada para o Centro de Ressocialização Feminina de Rio Claro, localizado no interior de São Paulo. Para visitá-la, seus familiares tinham que viajar aproximadamente 130 quilômetros – 65 para chegar lá e mais 65 para retornar.
Durante uma videoconferência no início deste mês, o advogado de Débora descobriu que a mulher havia sido movida para uma outra prisão, um complexo de segurança máxima situado aproximadamente 125 quilômetros distante da cidade de Paulínia, onde sua família reside.
“E não fomos informados previamente sobre essa transferência”, relata o advogado Hélio Junior, pontuando que a mudança injustificada obriga os meninos a percorrerem o dobro do trajeto que faziam para ver a mãe. “Essa é mais uma violação dos direitos humanos que aumenta o sofrimento da família e dos filhos”, aponta.
“Essa é mais uma violação de direitos humanos que aumenta o sofrimento da família e dos filhos”, – Hélio Junior, advogado
Débora foi transferida para um estabelecimento prisional na cidade de Tremembé, em São Paulo, que já confinou presidiárias como Suzane von Richthofen, sentenciada a 16 anos de encarceramento pela morte dos seus progenitores; e Elise Matsunaga, que recebeu uma sentença de 16 anos e três meses pelo homicídio e esquartejamento do seu esposo.
Contudo, até o dia 2 de julho, Débora não foi condenada por qualquer crime, nem existia uma denúncia formalizada contra ela pelo Ministério Público (MP), mesmo já tendo ficado presa por 15 meses, apesar da lei estipular um prazo máximo de 35 dias.
De acordo com a defesa, as únicas evidências contra a cabeleireira são fotos dela escrevendo com batom na estátua localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Juristas, como Rodrigo Chemim, doutor em Direito de Estado, já declararam que este ato é considerado um crime de “pichação”, que possui um potencial ofensivo menor e que pode ser resolvido com o pagamento de cestas básicas.
“Mas Débora está presa, apesar de todos os pedidos da defesa”, lamenta o advogado, explicando que a mulher divide cela com condenadas por crimes comuns, e teme pela sua segurança. “Tanto que ela que não contou a ninguém que ela é uma presa do 8 de janeiro.”
De acordo com ele, Débora é interrogada, porém afirma que escolhe não discutir a razão pela qual se encontra naquela situação. “E, até onde sabemos, seu silêncio tem sido respeitado”, declara Hélio Junior, o único com permissão para dialogar com a mulher desde a sua transferência.
Filhos precisam refazer documento de visitação para verem a mãe
Segundo Cláudia Silva Rodrigues, técnica de enfermagem e irmã de Débora, a família teve que atualizar seus documentos de visitação por causa da transferência de prisão. Por conta disso, ela, o cunhado, e os jovens Rafael e Caio estão há mais de um mês sem se comunicar com a cabeleireira, seja pessoalmente ou através de videoconferência.
“Tivemos que organizar novamente a documentação exigida, ir ao cartório, e agora precisamos esperar liberação”, relata, afirmando que a última vez que os meninos viram a mãe foi dia 9 de junho. “E o Caio está passando seu aniversário sem ela, mais uma vez”, lamenta.
Débora envia mensagens de esperança por meio do advogado
Durante esse período, a família tem recebido mensagens que Débora transmite através de seu advogado. De acordo com ele, a mulher está calma e agradece a todos que têm “orado por ela”.
“Esse é o pior momento que estou vivendo na minha vida, mas acredito que estou aqui firme porque Deus tem me sustentado. Ele está comigo no cárcere, e não me abandonará”, disse Débora, citando o verso bíblico de Josué 1:9. “Seja forte e corajoso”, finalizou. As informações são da Gazeta do Povo.
Os jovens Caio e Rafael, que há um ano e cinco meses não veem a mãe, e que gravaram um vídeo a solicitar ajuda para libertá-la da prisão, terão que viajar quase 250 quilômetros para a poderem ver, ainda que por breves momentos. O filho mais novo tem seis anos, enquanto o mais velho faz 10 anos nesta quarta-feira, 17 de julho. Esta é a segunda vez que comemora o seu aniversário sem a mãe.
Durante os eventos do dia 8 de janeiro, Débora Rodrigues dos Santos, uma cabeleireira, foi acusada de grafitar a frase “Perdeu Mané” na estátua “A Justiça” usando batom. Ela foi presa em março de 2023 e encaminhada para o Centro de Ressocialização Feminina de Rio Claro, localizado no interior de São Paulo. Para visitá-la, seus familiares tinham que viajar aproximadamente 130 quilômetros – 65 para chegar lá e mais 65 para retornar.
Durante uma videoconferência no início deste mês, o advogado de Débora descobriu que a mulher havia sido movida para uma outra prisão, um complexo de segurança máxima situado aproximadamente 125 quilômetros distante da cidade de Paulínia, onde sua família reside.
“E não fomos informados previamente sobre essa transferência”, relata o advogado Hélio Junior, pontuando que a mudança injustificada obriga os meninos a percorrerem o dobro do trajeto que faziam para ver a mãe. “Essa é mais uma violação dos direitos humanos que aumenta o sofrimento da família e dos filhos”, aponta.
“Essa é mais uma violação de direitos humanos que aumenta o sofrimento da família e dos filhos”, – Hélio Junior, advogado
Débora foi transferida para um estabelecimento prisional na cidade de Tremembé, em São Paulo, que já confinou presidiárias como Suzane von Richthofen, sentenciada a 16 anos de encarceramento pela morte dos seus progenitores; e Elise Matsunaga, que recebeu uma sentença de 16 anos e três meses pelo homicídio e esquartejamento do seu esposo.
Contudo, até o dia 2 de julho, Débora não foi condenada por qualquer crime, nem existia uma denúncia formalizada contra ela pelo Ministério Público (MP), mesmo já tendo ficado presa por 15 meses, apesar da lei estipular um prazo máximo de 35 dias.
De acordo com a defesa, as únicas evidências contra a cabeleireira são fotos dela escrevendo com batom na estátua localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Juristas, como Rodrigo Chemim, doutor em Direito de Estado, já declararam que este ato é considerado um crime de “pichação”, que possui um potencial ofensivo menor e que pode ser resolvido com o pagamento de cestas básicas.
“Mas Débora está presa, apesar de todos os pedidos da defesa”, lamenta o advogado, explicando que a mulher divide cela com condenadas por crimes comuns, e teme pela sua segurança. “Tanto que ela que não contou a ninguém que ela é uma presa do 8 de janeiro.”
De acordo com ele, Débora é interrogada, porém afirma que escolhe não discutir a razão pela qual se encontra naquela situação. “E, até onde sabemos, seu silêncio tem sido respeitado”, declara Hélio Junior, o único com permissão para dialogar com a mulher desde a sua transferência.
Filhos precisam refazer documento de visitação para verem a mãe
Segundo Cláudia Silva Rodrigues, técnica de enfermagem e irmã de Débora, a família teve que atualizar seus documentos de visitação por causa da transferência de prisão. Por conta disso, ela, o cunhado, e os jovens Rafael e Caio estão há mais de um mês sem se comunicar com a cabeleireira, seja pessoalmente ou através de videoconferência.
“Tivemos que organizar novamente a documentação exigida, ir ao cartório, e agora precisamos esperar liberação”, relata, afirmando que a última vez que os meninos viram a mãe foi dia 9 de junho. “E o Caio está passando seu aniversário sem ela, mais uma vez”, lamenta.
Débora envia mensagens de esperança por meio do advogado
Durante esse período, a família tem recebido mensagens que Débora transmite através de seu advogado. De acordo com ele, a mulher está calma e agradece a todos que têm “orado por ela”.
“Esse é o pior momento que estou vivendo na minha vida, mas acredito que estou aqui firme porque Deus tem me sustentado. Ele está comigo no cárcere, e não me abandonará”, disse Débora, citando o verso bíblico de Josué 1:9. “Seja forte e corajoso”, finalizou.
FONTE: Gazeta do Povo