Presidente da Coreia do Sul Revoga Lei Marcial Após Rejeição do Parlamento e Protestos Populares

Presidente da Coreia do Sul Revoga Lei Marcial Após Rejeição do Parlamento e Protestos Populares


Yoon Suk Yeol enfrenta crescente pressão para renunciar, com oposição e sindicatos exigindo sua destituição após crise política inédit

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, recuou nesta quarta-feira (4), após tentar impor uma lei marcial que gerou uma grave crise política e foi amplamente rejeitada pelo Parlamento, além de ser contestada por milhares de manifestantes nas ruas. A medida, que marcou a primeira tentativa de imposição de lei marcial no país em mais de 40 anos, foi uma resposta de Yoon às alegadas ameaças de forças externas e internas, incluindo a Coreia do Norte e grupos “antiestatais”, mas acabou se tornando um enorme ponto de tensão política.

Com a pressão aumentando, o presidente cedeu e aceitou suspender a lei, atendendo ao pedido da Assembleia Nacional, que considerou a medida ilegítima. A decisão gerou um alívio imediato para os protestantes, que enfrentaram condições adversas nas ruas para exigir a renúncia de Yoon. O Partido Democrático, principal oposição, foi enfático, acusando o presidente de “insurreição” e ameaçando iniciar um processo de impeachment caso ele não deixe o cargo imediatamente.

A crise política deixou o futuro do governo de Yoon em xeque. O Partido Democrático, cujos deputados enfrentaram forças de segurança para votar contra a lei marcial, exigiu que ele se afastasse do cargo. Até mesmo membros de seu próprio partido, como Han Dong Hoon, pediram uma explicação detalhada sobre o ocorrido. Enquanto isso, o maior sindicato do país convocou uma greve geral até a renúncia do presidente.

A imposição da lei marcial foi justificada por Yoon como uma tentativa de proteger a Coreia do Sul de forças externas, como a Coreia do Norte, e de lidar com aqueles que ele alegava estarem minando o sistema democrático do país. Porém, a medida, que envolveu o uso de tropas militares e restrições à liberdade de expressão, não foi bem recebida, nem dentro do país nem entre os aliados internacionais. Até os Estados Unidos, principal parceiro estratégico da Coreia do Sul, expressaram surpresa e preocupação com a decisão, que afetou negativamente os mercados financeiros do país.

Agora, o presidente enfrenta uma batalha interna pela sua legitimidade, enquanto cresce a pressão para que ele responda pela crise política que quase mergulhou o país em uma ditadura temporária. A revogação da lei marcial, por mais que tenha sido vista como uma vitória momentânea para os manifestantes, ainda deixa no ar uma pergunta fundamental: será que Yoon Suk Yeol conseguirá se recuperar politicamente após esse episódio traumático para sua presidência?

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