PSOL cobra ação do governo Lula para indenizar vítimas da fraude bilionária no INSS

PSOL cobra ação do governo Lula para indenizar vítimas da fraude bilionária no INSS

Deputada Fernanda Melchionna pede crédito extraordinário de R$ 6,3 bilhões para reparar prejuízos causados a aposentados e pensionistas enganados por descontos ilegais

Em resposta ao escândalo que deixou um rastro de prejuízo entre aposentados e pensionistas do INSS, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) encaminhou ao governo Lula, nesta quarta-feira (23), uma proposta solicitando a liberação de um crédito extraordinário no valor de R$ 6,3 bilhões. O montante corresponde ao rombo causado por um esquema de descontos indevidos que atingiu milhares de beneficiários entre os anos de 2019 e 2024.

Segundo a parlamentar, o recurso seria destinado ao ressarcimento imediato das vítimas, que viram parte de seus benefícios desaparecerem sem explicação — resultado de autorizações forjadas ou sequer solicitadas para a cobrança de serviços como assistência funerária, tratamentos odontológicos e até colônias de férias.

“Estamos falando de uma despesa urgente e imprevisível, que não estava prevista no orçamento, mas que é absolutamente necessária para mitigar os danos materiais e emocionais sofridos por esse grupo tão vulnerável”, destacou Melchionna.

A proposta surge após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelar o alcance da fraude: R$ 6,3 bilhões desviados em um esquema envolvendo 11 entidades e a alta cúpula do INSS. Como consequência direta da investigação, o então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, foi exonerado pelo presidente Lula.

A parlamentar ressaltou que, além da indenização, o Estado brasileiro precisa assumir sua responsabilidade institucional diante das falhas administrativas que permitiram o golpe. “Faltou controle, fiscalização e respeito com quem mais precisa. É obrigação do Ministério da Previdência garantir a devolução desses valores, sem prejuízo da responsabilização dos envolvidos e da recuperação dos recursos públicos”, declarou.

O pedido de crédito agora aguarda avaliação do Executivo, em meio a uma crise que escancarou as fragilidades de um sistema que deveria proteger — e não explorar — seus beneficiários.

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