Relógio de R$ 80 milMoraes nega pedido para incluir Lula em investigação sobre presentes oficiais
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, negou o pedido do deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não ter declarado um relógio de pulso de luxo recebido como presente oficial em 2005. Moraes afirmou que não existem indícios mínimos de atividade criminosa que justifiquem incluir o presidente na investigação.
O pedido, protocolado por Valadares em agosto, buscava incluir Lula em um inquérito que apura alegadas irregularidades em presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL) durante seu mandato na Presidência da República. Bolsonaro está sendo investigado pela Polícia Federal por um suposto esquema de desvio de joias presenteadas à União por autoridades estrangeiras.
O relógio em questão, da marca Piaget, avaliado em R$ 80 mil, foi um presente do então presidente da França, Jacques Chirac, para Lula. No mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) considerou que havia “viés político” na petição e defendeu o arquivamento do caso.
Moraes concordou com a posição da PGR e destacou a falta de indícios reais de crime ou informações relevantes que justifiquem a abertura de um inquérito ou investigação. Ele ressaltou que iniciar ou manter uma investigação criminal sem justa causa constitui um grave constrangimento para os investigados.