Rui Falcão cutuca Lula: “O PT reconhece Maduro, mas o governo não”

Rui Falcão cutuca Lula: “O PT reconhece Maduro, mas o governo não”

🎯 Deputado e candidato à presidência do PT questiona por que Lula não reconheceu a vitória de Maduro e cobra mais integração com a Venezuela e o Brics

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) não poupou críticas e deixou claro seu incômodo com a postura do governo Lula em relação à Venezuela. Durante um debate entre os candidatos à presidência nacional do PT, na noite desta segunda-feira (2), ele disparou: enquanto o partido reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro, o governo Lula fez questão de não fazer o mesmo.

Rui, que já esteve à frente do PT entre 2011 e 2017, não escondeu a indignação. “Sempre defendemos a integração da América Latina e do Caribe. Então, sinceramente, não entendo por que a Venezuela não faz parte do Brics. O PT reconheceu a eleição de Maduro, mas o nosso governo, não. E o mais estranho: reconhecemos a eleição no Equador, feita sob estado de sítio, sem nem pedir as atas. Por que dois pesos e duas medidas?”, questionou.

O desconforto de Rui tem motivo. Lula não apenas evitou reconhecer a vitória de Maduro, como também cobrou mais transparência nas eleições venezuelanas, chegando a exigir a divulgação das atas de votação. Além disso, foi contra a entrada da Venezuela no Brics — decisão que gerou revolta em Maduro, que, irritado, comparou Lula a Bolsonaro.

Mesmo sendo um dos nomes fortes do PT na Câmara, Rui Falcão não conta com o apoio direto de Lula na disputa interna. O presidente já deixou claro que sua preferência é por Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro, que também está na corrida para comandar o partido.

As eleições internas do PT estão marcadas para 6 de julho. Caso nenhum candidato vença no primeiro turno, haverá segundo turno no dia 20 do mesmo mês. Todos os filiados que regularizaram a situação até 28 de fevereiro poderão votar, escolhendo, além da direção nacional, os presidentes estaduais e municipais do partido.

O mandato para quem for eleito é de quatro anos, tanto para os cargos de direção quanto para os conselhos fiscais e comissões de ética.

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