Silêncio estratégico: quando rebater a verdade vira “gabinete do ódio”
Secom de Lula foge do embate com Nikolas sobre o INSS para não parecer aquilo que tanto condenou — mas terceiriza a bronca para aliados que falam, mas ninguém ouve.
O vídeo do deputado Nikolas Ferreira denunciando o escândalo de fraudes no INSS viralizou com força: mais de 100 milhões de visualizações em dois dias. Mas do lado do governo, silêncio. A Secretaria de Comunicação de Lula preferiu não responder diretamente ao parlamentar. A justificativa? Evitar parecer que está montando um “novo gabinete do ódio” — o mesmo rótulo que o PT adorava usar para atacar Bolsonaro.
Sob a batuta do marqueteiro Sidônio Palmeira, a Secom decidiu fingir que a avalanche digital não aconteceu. Em vez de encarar o problema de frente, optou por uma postura “institucional”: focar em mensagens genéricas sobre como os aposentados podem tentar recuperar o que perderam. E, claro, empurrar a culpa para o governo anterior — porque se tem uma coisa que o PT faz bem, é distribuir responsabilidade como quem joga milho aos pombos.
A ideia é simples: pintar a crise como herança maldita de Bolsonaro e fazer de conta que tudo foi resolvido com Lula — mesmo que o rombo tenha se formado com esquemas iniciados no governo Dilma, passado pelas mãos de Carlos Lupi e envolvido sindicatos que têm mais afinidade com o Planalto do que o brasileiro tem com fila de banco.
Mas se a Secom se cala, quem grita? A missão de rebater Nikolas foi empurrada para o colo da base aliada no Congresso. Lindbergh Farias até tentou: gravou vídeos para defender Lula nas redes. O problema? O alcance foi pífio — um sussurro no meio de uma multidão gritando.
Em resumo: o governo preferiu o silêncio para não parecer autoritário, mas deixou seus aliados discursando para ninguém. A oposição fala, o povo compartilha, e o Planalto… se esconde atrás do medo de parecer aquilo que já se tornou.
