
Sonhos Interrompidos: Família de Jogador Baleado Decide Doar Seus Órgãos
Kauan, jovem promissor, tem morte cerebral confirmada após trágico incidente em baile funk
A família de Kauan Galdino Florêncio Pereira, jogador de futebol amador de apenas 18 anos, tomou a difícil decisão de doar os órgãos do jovem após a confirmação de sua morte cerebral. Kauan foi baleado na cabeça durante um baile funk em Queimados, na Baixada Fluminense, na madrugada de Réveillon. O incidente teria ocorrido após um desentendimento com um traficante local, supostamente causado por um pisão no pé.
A captação de órgãos, incluindo rins e fígado, está prevista para este sábado (4). Segundo familiares, Kauan era um rapaz estudioso e cheio de sonhos, entre eles, se tornar jogador profissional e servir como paraquedista no Exército Brasileiro.
Últimos Momentos e Sonhos de Kauan
Na virada do ano, Kauan comemorava em casa quando recebeu uma mensagem do Exército confirmando que seria alocado em uma Brigada de Infantaria Paraquedista. “Ele começou a dançar e pular de alegria. Estava muito feliz”, relembra Renato Pereira, pai do jovem.
Apesar do apelo da família para que não saísse naquela noite, Kauan decidiu visitar um parente e, em seguida, foi a um baile funk. Poucas horas depois, a notícia devastadora chegou: o jovem havia sido baleado. “Fizeram uma covardia com meu filho, um menino estudioso, quieto, que só tinha tamanho”, desabafou o pai, emocionado.
Investigação e Repercussões
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) apura as circunstâncias do crime. O principal suspeito é um traficante conhecido como “Testa de Ferro”, chefe do tráfico na comunidade São Simão. Informações preliminares indicam que o próprio Comando Vermelho, facção criminosa da qual fazia parte, teria ordenado sua execução como retaliação pelo ato, considerado imprudente pelos líderes.
Um Legado de Solidariedade
Apesar da tragédia, Kauan deixará um legado de esperança para outras vidas por meio da doação de seus órgãos. A decisão da família reflete um gesto de amor e solidariedade em meio à dor da perda.
Este caso reforça os desafios de segurança pública na Baixada Fluminense e a necessidade de ações concretas para proteger a juventude de situações de violência e vulnerabilidade.