
Tarcísio crava: “Direita sem Bolsonaro? Não existe”
Cotado para 2026, governador evita falar de candidatura e diz que foco agora é “entregar resultado”, mas bolsonarismo já discute seu nome como sucessor natural
Durante um evento em Nova York nesta segunda-feira (13), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi direto ao ponto ao comentar sobre o cenário político da direita no Brasil: “Não existe direita sem Bolsonaro.” A declaração, feita a jornalistas durante a Brazil’s Week, mostra como o ex-presidente segue sendo o fio condutor do campo conservador, mesmo inelegível até 2030.
Embora seu nome circule como um possível substituto de Bolsonaro nas eleições de 2026, Tarcísio desconversou e tentou se manter distante da disputa por enquanto. “Está muito cedo. Falta um ano e meio. Meu foco é entregar resultado”, afirmou, tentando deixar o jogo eleitoral para depois.
A fala repercutiu em meio a discussões internas da direita, que busca um novo nome para representar o grupo nas urnas. Além de Tarcísio, governadores como Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO) estão no radar como possíveis pré-candidatos. O ex-presidente Michel Temer chegou a sugerir uma frente unificada da direita para evitar pulverização de votos, mas sua entrevista causou incômodo entre aliados de Bolsonaro, especialmente por ter deixado de fora tanto o nome do ex-presidente quanto o de sua esposa, Michelle Bolsonaro.
Silas Malafaia, um dos mais fiéis escudeiros de Bolsonaro, reagiu com veemência à omissão. “Se estão articulando um nome da direita para o caso de Bolsonaro continuar impedido, esquecer Michelle é um erro imperdoável. Ela é quem mais agrega entre os conservadores, mulheres e evangélicos”, escreveu nas redes sociais.
Enquanto isso, o jogo segue sendo armado nos bastidores. O dilema da direita é claro: sem Bolsonaro nas urnas, quem herdará seu capital político — e sua base de apoio barulhenta e fiel? Tarcísio tenta equilibrar a gestão com os olhos no Planalto, mas uma coisa é certa: o bolsonarismo não pretende sair de cena tão cedo.
4o