“Taxa das Blusinhas” Freia Importações e Fortalece Varejo Nacional

“Taxa das Blusinhas” Freia Importações e Fortalece Varejo Nacional

Com queda de 35% nas importações, Lojas Renner e Riachuelo celebram alívio na concorrência estrangeira

A chamada “taxa das blusinhas”, que adicionou um imposto de 20% sobre compras internacionais abaixo de US$ 50, começou a valer em agosto deste ano e já trouxe impactos visíveis para o comércio eletrônico e o varejo brasileiro. Dados da Receita Federal mostram que, entre agosto e setembro, as importações caíram 35%, movimentando R$ 2,4 bilhões – bem abaixo dos R$ 3,7 bilhões registrados nos dois meses anteriores. O volume de pedidos também recuou, passando de 39 milhões para 25 milhões no mesmo período, uma queda de 37%.

O JPMorgan atribui a retração a três fatores principais: o aumento da carga tributária, com tributos que incluem ICMS de 17%; maior fiscalização sobre os produtos importados através do programa Remessa Conforme; e a redução das vantagens de preços de varejistas internacionais frente às locais, considerando prazos de entrega e taxas. Essa combinação tornou menos vantajoso optar por produtos de plataformas como Shein, Temu e Alibaba.

Alívio para o varejo nacional:
A redução das importações foi bem recebida por gigantes do varejo brasileiro, como Lojas Renner, C&A e Riachuelo. Segundo o JPMorgan, a menor pressão competitiva dos players internacionais refletiu positivamente nas tendências de crescimento no terceiro trimestre de 2024. As ações de empresas como Renner (LREN3) e Guararapes (GUAR3) foram favorecidas, indicando otimismo no setor.

Ainda assim, marketplaces como Magazine Luiza e Mercado Livre também sentiram algum benefício, embora em menor escala.

O contragolpe das plataformas asiáticas:
Apesar do impacto, plataformas como Shein têm se adaptado, fortalecendo suas operações locais para continuar competitivas. A empresa tem investido em um modelo de marketplace nacional, que reduz gradualmente sua dependência de estoque próprio. Comparada a marcas brasileiras, a Shein ainda é mais barata – 9% em relação à Renner e 16% à Riachuelo –, mas a diferença de preços vem diminuindo.

Conclusão:
A “taxa das blusinhas” surge como um divisor de águas para o comércio eletrônico no Brasil, promovendo maior equilíbrio no mercado varejista. Contudo, o cenário segue dinâmico, com gigantes asiáticas como Shein e Shopee rapidamente ajustando suas estratégias. Para os consumidores, resta acompanhar se o fortalecimento do varejo nacional resultará em benefícios reais ou apenas em opções mais caras nas prateleiras.

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