Temer defende Moraes e diz que revisão das penas do 8 de Janeiro é caminho para pacificar o país

Temer defende Moraes e diz que revisão das penas do 8 de Janeiro é caminho para pacificar o país

Ex-presidente elogia postura do ministro do STF e rejeita rótulo de radical; para ele, revisão judicial das sentenças é alternativa mais sensata que anistia no Congresso

Em meio às tensões políticas e ao debate sobre as penas impostas aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente Michel Temer saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Durante evento em Nova York, nesta quarta-feira (14), Temer afirmou que o magistrado ― que ele mesmo indicou à Corte ― tem agido com equilíbrio e coragem, buscando uma saída mais sensata para o país.

“Moraes não é radical, como alguns dizem. Ele já libertou muitas pessoas e agora está reavaliando as penas mais severas. É uma medida adequada, dentro do tempo e do contexto certos”, comentou o ex-presidente.

As condenações de até 17 anos impostas a manifestantes golpistas vêm sendo revistas, e Temer enxerga nisso um caminho mais construtivo do que a proposta de anistia que está sendo ventilada por setores do Congresso, especialmente entre aliados de Jair Bolsonaro.

“É preferível que o Supremo corrija o rigor das penas a que se aprove uma anistia ampla. Isso preserva a autoridade das instituições e ao mesmo tempo abre espaço para uma pacificação”, argumentou.

O emedebista citou outras decisões recentes para mostrar que Moraes tem flexibilidade: “Veja o caso de Fernando Collor e Roberto Jefferson, que passaram ao regime domiciliar. Isso demonstra que há sensatez no processo.”

Além disso, Temer ressaltou a atuação do ministro nas eleições de 2022, quando Moraes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um dos momentos mais turbulentos da democracia brasileira:

“O Brasil tem uma dívida com Moraes. Ele demonstrou coragem jurídica e pessoal para garantir que as eleições ocorressem dentro da legalidade”, afirmou.

Para Temer, decisões que levam em conta o contexto político ajudam a restabelecer o equilíbrio institucional. “Quando há violência e radicalização, a Constituição exige harmonia. E hoje o país começa a dar passos nessa direção.”

O ex-presidente também falou sobre seus planos para articular uma frente de centro-direita em 2026, mas negou que isso implique isolar Bolsonaro do debate. Apesar das críticas recentes do ex-presidente do PL ao STF e ao próprio Moraes, Temer reconheceu seu peso político, mas reforçou que o Brasil precisa sair da lógica da polarização.

“A democracia não pode viver eternamente sob o fogo cruzado. É hora de procurar convergência”, concluiu.

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