Donald Trump afirma que votará contra emenda de direito a abortos na Flórida

Donald Trump, o ex-presidente que parece estar em uma eterna montanha-russa de opiniões, acaba de anunciar que vai votar contra uma emenda na Flórida que abriria as portas do estado para o aborto em qualquer circunstância e em qualquer momento da gravidez. O timing não poderia ser mais curioso: o anúncio veio logo após Trump ter dado uma entrevista à NBC News na qual parecia dar um sopro de esperança aos defensores do aborto, só para depois se enredar na confusão com os ativistas antiaborto, que, como um bando de predadores em busca de uma presa, rapidamente começaram a criticar o ex-presidente.

Na entrevista, Trump havia afirmado que a restrição de abortos após seis semanas na Flórida era como um grilhão pesado que não dava espaço suficiente às mulheres. “Seis semanas são pouco tempo demais. Eu já discordava disso desde as primárias”, disse ele, quase como se estivesse se desculpando por algo que não era bem recebido.

Mas, como um equilibrista tentando manter o equilíbrio em uma corda bamba, Trump rapidamente mudou de rota. Agora, ele está decidindo votar contra a emenda na Flórida, alegando, de maneira um tanto duvidosa, que os democratas querem permitir abortos em qualquer estágio da gravidez a nível federal. Kamala Harris, sua adversária, não perdeu tempo em responder com a precisão de um raio: “Trump acaba de deixar claro que prefere manter uma proibição tão severa que entrará em vigor antes mesmo de muitas mulheres descobrirem que estão grávidas”, disparou Harris, sem deixar espaço para dúvidas.

Desde que a Suprema Corte dos EUA reverteu a decisão de 1973 que garantiu o direito ao aborto até a 24ª semana, em junho de 2022, sob a influência das nomeações conservadoras feitas por Trump, a situação se transformou em um campo de batalha fervente. A mudança trouxe um turbilhão de protestos e confrontos, com manifestantes antiaborto tentando bloquear o acesso a clínicas e feministas se mobilizando em resposta.

O aborto se tornou o epicentro de uma eleição polarizada, onde o Partido Democrata defende que a decisão sobre o aborto deve ser uma escolha federal, enquanto o Partido Republicano insiste que cada estado deve ter a liberdade de decidir sobre o assunto, mantendo a decisão de 2022. Em meio a tudo isso, Trump navega por uma tempestade política com a habilidade de um velejador desorientado, tentando alinhar seus interesses com as expectativas de seus apoiadores enquanto enfrenta um mar agitado de críticas e desafios.