Trump destaca boa conversa com Xi Jinping, mas China exige fim de medidas negativas

Trump destaca boa conversa com Xi Jinping, mas China exige fim de medidas negativas

Diálogo entre EUA e China foca em comércio, enquanto Pequim cobra reciprocidade e alerta sobre Taiwan

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 5, ter tido uma “conversa telefônica muito produtiva” com o presidente chinês, Xi Jinping, tratando de um possível acordo comercial que possa aliviar as tensões entre as duas potências, que vivem um impasse por conta de tarifas recíprocas. Trump ressaltou que o diálogo foi focado quase inteiramente em questões comerciais, sem tocar em temas como Rússia, Ucrânia ou Irã.

Segundo Trump, a ligação durou cerca de uma hora e meia e terminou com um resultado positivo para ambos os países. Ele destacou que agora não restam dúvidas sobre a complexidade dos produtos chamados “terras raras” — um ponto delicado nas negociações. Além disso, anunciou que equipes técnicas dos dois governos vão se reunir em breve, em local ainda a ser definido, para avançar nos detalhes. Representando os EUA estarão o secretário do Tesouro Scott Bessent, o secretário de Comércio Howard Lutnick e o representante de Comércio, Jamieson Greer.

Durante a conversa, Xi Jinping convidou “gentilmente” Trump e a primeira-dama Melania para visitar a China, convite que foi prontamente retribuído pelo presidente americano. Trump enfatizou que, como líderes de duas grandes nações, ambos aguardam essas visitas com expectativa.

Apesar de reconhecer a complexidade da relação, Trump minimizou as recentes tensões. Ele afirmou que, embora a relação tenha estado “um pouco fora do eixo” na semana passada, isso não chegou a ser um problema grave. Em entrevista na Casa Branca, ao lado do chanceler alemão Friedrich Merz, o republicano reiterou que o contato com Xi foi “muito bom” e afirmou que os Estados Unidos estão em “ótima posição” para um acordo comercial. Ele também mencionou planos de viajar à China e de receber Xi nos EUA futuramente.

Sobre as disputas envolvendo minerais estratégicos, como as terras raras, Trump disse que o tema está sendo resolvido. Ele ainda manifestou interesse em incluir petróleo e gás natural nas futuras negociações comerciais, ampliando o escopo do diálogo.

Por outro lado, a China pediu aos EUA que avaliem de forma objetiva os avanços já conquistados e retirem as “medidas negativas” aplicadas contra Pequim. Segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês, o país tem cumprido com seriedade os acordos firmados em Genebra e espera reciprocidade americana.

O governo chinês também chamou atenção para a sensibilidade da questão de Taiwan. Xi Jinping alertou que os EUA devem agir com cautela para evitar que grupos separatistas de Taiwan levem as relações a um confronto perigoso. O ministério reforçou a importância de eliminar interferências que prejudiquem a relação bilateral.

Durante a conversa, Trump reafirmou que os EUA continuarão a respeitar a política de “Uma Só China” e destacou o desejo americano de ver a economia chinesa crescer, reforçando que a cooperação entre as duas nações pode trazer grandes resultados.

A China classificou o encontro em Genebra como um passo importante para resolver as diferenças por meio do diálogo e deixou claro que cumpre seus compromissos com seriedade e princípios. O comunicado oficial confirmou também os convites mútuos para visitas de Estado e a intenção de realizar novas negociações o quanto antes.

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