
Trump Revoga Cidadania por Nascimento: Impacto se Estende a Estrangeiros Legais nos EUA
Nova ordem executiva elimina direito garantido há mais de 150 anos e pode afetar estudantes, trabalhadores e imigrantes legais.
O presidente Donald Trump assinou um decreto que põe fim ao direito automático de cidadania para bebês nascidos nos Estados Unidos de muitos residentes temporários. A medida, que altera uma tradição constitucional com mais de 150 anos, não se limita a imigrantes ilegais e pode atingir aqueles que vivem e trabalham legalmente no país, como estudantes e profissionais de alta qualificação.
Abrangência do Decreto
Embora assessores de Trump tenham afirmado que a medida mira principalmente filhos de imigrantes em situação irregular, o texto oficial do decreto — denominado “Proteção ao significado e ao valor da cidadania americana” — apresenta implicações mais amplas. Especialistas alertam que a nova política também negará cidadania automática a filhos de pessoas vivendo nos EUA sob vistos temporários, como estudantes ou trabalhadores contratados por empresas de tecnologia, caso os pais não sejam residentes permanentes.
David Leopold, advogado especializado em imigração, chamou a decisão de “ataque alarmante” a indivíduos que seguiram as regras e contribuem ativamente para o país. “Estamos falando de pesquisadores, profissionais altamente qualificados e pessoas que ajudam a impulsionar a inovação nos Estados Unidos”, afirmou Leopold ao New York Times.
Parte de uma Política mais Restritiva
O decreto é uma das várias iniciativas recentes do governo Trump para reduzir a imigração nos EUA. A medida reflete a postura rígida do presidente em relação à imigração, amplamente defendida por assessores como Stephen Miller, vice-chefe de gabinete e arquiteto das políticas mais duras sobre o tema.
Além de alterar os direitos de cidadania, Trump também implementou outras restrições para quem tenta ingressar no país legalmente. Apesar de declarar publicamente que não tem aversão à imigração, as ações do presidente indicam uma visão mais fechada para a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos.
Se não for barrada pelos tribunais, a ordem executiva poderá mudar drasticamente o cenário para famílias de imigrantes legais e criar incertezas para milhares de pessoas que hoje contribuem para a sociedade americana.