Trump transforma homenagem a militares em palco para críticar opositores e juízes: ‘Eles odeiam os EUA’

Trump transforma homenagem a militares em palco para críticar opositores e juízes: ‘Eles odeiam os EUA’

Durante o Memorial Day, presidente dos EUA mistura discurso patriótico com ofensas e autopromoção: ‘Isso é obra de Deus’

Em vez de apenas prestar homenagens aos militares americanos que deram a vida pelo país, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou a cerimônia do Memorial Day, nesta segunda-feira (26), para lançar ataques ferozes contra seus adversários políticos e até contra juízes que, segundo ele, tentam barrar suas decisões.

Ao lado do vice-presidente JD Vance, Trump compareceu ao Cemitério Nacional de Arlington, onde estão enterrados cerca de 400 mil soldados. Após depositar uma coroa de flores no túmulo de um soldado desconhecido, o presidente fez um discurso exaltando o heroísmo das Forças Armadas. Mas, como já virou marca registrada, não deixou de lado as provocações.

Logo pela manhã, antes mesmo da solenidade, Trump publicou nas redes uma mensagem ácida, direcionada aos seus opositores:
“Feliz Memorial Day para todos, inclusive para a escória que passou quatro anos tentando destruir nosso país”, escreveu, em letras maiúsculas, na Truth Social, numa clara alfinetada ao governo de seu antecessor, Joe Biden.

O presidente também não poupou críticas à Justiça americana, acusando alguns magistrados de serem “inimigos do país”. Segundo ele, esses juízes estariam empenhados em manter no território americano “criminosos, traficantes, estupradores e membros de gangues”, além de permitir que prisioneiros de outros países “venham aqui roubar, matar e estuprar de novo”.

Trump está travando uma série de embates com juízes federais, que vêm suspendendo parte de suas medidas, muitas delas vistas como inconstitucionais. Com o Congresso dominado pelos republicanos, o Judiciário virou praticamente o único freio às ações do presidente, que tem testado os limites da Constituição.

Um dos exemplos mais controversos é o uso da antiga Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, que só era aplicada em tempos de guerra. Trump tem recorrido a essa legislação para deportar imigrantes sem passar pelos trâmites legais, alegando que muitos deles estão no país ilegalmente ou são criminosos.

Durante seu discurso em Arlington, Trump até seguiu o protocolo por alguns minutos, homenageando os soldados que tombaram em guerras. Mas, em pouco tempo, desviou o foco para si próprio.

Chegou a dizer que, no fundo, se sente aliviado por não ter vencido as eleições de 2020 — que ele, sem provas, insiste em dizer que foram fraudadas.
“De certa forma, fico feliz de não ter levado aquele segundo mandato”, afirmou, diante de oficiais, autoridades e familiares de militares mortos.

O motivo? Segundo ele, graças a isso, poderá estar no comando do país durante a Copa do Mundo de 2026, os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028 e ainda nas comemorações dos 250 anos da Independência dos EUA, que acontecem no próximo ano.
“Agora olhem pra mim… Eu tenho tudo. É inacreditável como as coisas acontecem. Isso é obra de Deus”, concluiu, arrancando aplausos de apoiadores.

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