
Zanin Leva a Julgamento Denúncia de Corrupção Contra Deputados do PL
Parlamentares são acusados de desviar recursos de emendas; Bolsonaro defende expulsão do partido
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou que a denúncia contra os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) seja incluída na pauta de julgamento. A acusação, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), envolve supostos desvios de recursos destinados por meio de emendas parlamentares.
Na decisão publicada nesta terça-feira (4), Zanin ordenou que o caso fosse analisado pelo STF. “Inclua-se o feito em pauta de julgamento, a fim de que se delibere sobre a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República e sobre os demais pedidos”, escreveu o ministro.
Essa é a primeira denúncia por corrupção apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, desde que assumiu o cargo.
Suspeita de Propina e Desvio de Recursos
De acordo com a PGR, entre janeiro e agosto de 2020, os parlamentares, com o apoio de terceiros, teriam exigido propina do então prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio Nunes. O pedido teria sido feito como contrapartida para a liberação de recursos federais.
O prefeito afirmou em depoimento à Polícia Federal que foi surpreendido com a solicitação, mas, durante as investigações, foram encontradas anotações em sua residência que indicavam valores a serem repassados. Segundo a PGR, o pedido de propina era de R$ 1,6 milhão para liberar R$ 6,6 milhões em emendas vinculadas aos deputados investigados.
Bolsonaro Defende Expulsão de Deputados do PL
A denúncia teve repercussão dentro do Partido Liberal (PL), especialmente entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a revelação do caso, Bolsonaro defendeu publicamente que os parlamentares sejam expulsos da sigla.
“Depois da eleição, vamos dar um freio de arrumação no partido. Esses caras são contumazes em fazer besteiras e têm que ir embora, porque mancham tudo”, disse Bolsonaro em entrevista a uma rádio.
A Polícia Federal também obteve mensagens trocadas via WhatsApp que indicam que os parlamentares negociavam a destinação das emendas para o município. A denúncia aponta que Josimar Maranhãozinho não apenas foi autor de uma das emendas, mas também coordenou a distribuição dos recursos das outras duas, articulando diretamente com Pastor Gil e Bosco Costa.
O caso agora aguarda julgamento no STF, podendo impactar o futuro político dos envolvidos e provocar novos desdobramentos dentro do PL.