“Censura”Jornal diz que Moraes proibiu entrevista com Filipe Martins
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, de conceder uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A decisão foi interpretada pelo jornal como um caso de “censura”. Martins havia passado seis meses preso por determinação de Moraes, que o acusa de ter supostamente planejado um golpe de Estado em benefício de Bolsonaro e o considera um possível risco de fuga.
Após ser liberado no dia 9 deste mês, Martins ainda está sujeito a uma série de medidas cautelares. De acordo com a coluna Painel, da Folha, a defesa de Martins aceitou o pedido de entrevista, que foi submetido à aprovação de Moraes em 18 de junho. O ministro, no entanto, negou o pedido no dia 22, alegando que a entrevista poderia infringir a proibição de comunicação com outros investigados na suposta trama golpista.
Moraes justificou sua decisão afirmando que, devido à proibição de contato com outros investigados, a realização da entrevista neste momento seria inadequada para o andamento da investigação criminal. O advogado de Martins, Ricardo Scheiffer Fernandes, criticou a decisão, chamando as medidas cautelares de infundadas e afirmando que elas perpetuam um erro judicial.
As medidas cautelares impostas a Martins incluem o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair da comarca onde reside, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana, entrega de passaportes e suspensão de documentos de porte de arma. Além disso, Martins está proibido de utilizar redes sociais, com uma multa diária de R$ 20.000 por violação, e não pode se comunicar com outros investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.