Dupla que vendeu armas do Exército ao Comando Vermelho é presa
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Júnior, suspeitos de intermediar a venda de armas furtadas do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, para o Comando Vermelho (CV). A prisão ocorreu em um condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo.
Os suspeitos chamaram a atenção das autoridades por ostentarem um alto padrão de vida nas redes sociais, mesmo sendo beneficiários do Bolsa Família. Eles compartilhavam fotos e vídeos em casas elegantes e carros potentes, incluindo um vídeo em que Márcio aparece dirigindo a 200 km/h na Rodovia Castello Branco.
Durante a operação, foram apreendidos uma pistola, dois carregadores, um rastreador, quatro carros, um caminhão, 12 telefones celulares e aproximadamente R$ 500 mil em endereços no Rio de Janeiro e São Paulo.
Além da dupla, a investigação também apontou para Ticiane Souza Costa, companheira e sócia de Jesser, que movimentou cerca de R$ 9 milhões entre março de 2021 e outubro de 2023. Segundo as investigações, os valores eram repassados para Jesser e Márcio.
Das 21 armas furtadas, 19 foram recuperadas. Parte delas foi devolvida pelos traficantes após a repercussão do caso e seria utilizada em confrontos com milicianos. Em São Paulo, algumas armas foram encontradas próximo a um riacho em São Roque.
O furto das armas ocorreu entre 5 e 8 de setembro de 2023, mas o Exército só percebeu a falta em 10 de outubro, durante uma inspeção no Arsenal de Guerra. O material, considerado “inservível”, estava recolhido para manutenção, e cerca de 500 militares foram mobilizados para a operação em Barueri.
O caso revela a gravidade do desvio de armamento militar e sua posterior comercialização com organizações criminosas, destacando a necessidade de medidas rigorosas para prevenir e combater o envolvimento de agentes públicos em atividades ilícitas.