Flávio Bolsonaro admite crime de Zambelli, mas diz que condenação foi exagerada

Flávio Bolsonaro admite crime de Zambelli, mas diz que condenação foi exagerada

Senador critica rapidez do julgamento no STF e diz que fuga da aliada foi “desespero diante de um sistema em que ela não confia mais”

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reconheceu que sua aliada política, Carla Zambelli (PL-SP), cometeu um crime, mas considerou injusta a condenação imposta pela Justiça. Para ele, a parlamentar, hoje foragida e com o nome incluído na lista vermelha da Interpol, agiu por desespero diante do que chamou de descrença nas instituições brasileiras.

— Eu vejo ali uma pessoa desesperada, que não confia mais no sistema. Não estou dizendo que ela não errou, mas não acho que merecia uma condenação tão dura quanto essa — declarou Flávio.

A deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, além de perder o mandato, se tornar inelegível e pagar multa. Após a sentença, Zambelli deixou o Brasil por Foz do Iguaçu (PR), e seguiu para os Estados Unidos antes de desembarcar na Itália, onde tenta evitar a extradição usando sua cidadania italiana.

Flávio também criticou a velocidade com que o STF julgou o caso.

— O processo correu fora do que seria um rito normal. Isso levanta muitas dúvidas sobre a imparcialidade — afirmou o senador.

A defesa de Zambelli está agora nas mãos do advogado italiano Pieremilio Sammarco, professor de direito e conhecido por representar figuras públicas no país europeu. Segundo o governo italiano, o pedido de extradição feito pelo Brasil já está em análise.

Mesmo diante da fuga, Zambelli sinalizou que pretende se entregar às autoridades italianas. A expectativa, segundo o embaixador brasileiro em Roma, é que ela seja detida a qualquer momento.

Para Flávio Bolsonaro, o episódio é reflexo de um ambiente político contaminado pela desconfiança e perseguição.

— É mais um sintoma da crise institucional que vivemos. O problema não é só o que ela fez, mas como o sistema está tratando o caso — concluiu.

Enquanto isso, o cerco se fecha sobre Zambelli, que vê cada vez menos saídas numa Europa que começa a considerar seu caso uma questão de Estado.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias
Tags