
Governo Lula Amplia Gastos com Publicidade e Deve Alcançar R$ 3,5 Bilhões em Contratos
Expansão ocorre em meio a estratégia de fortalecimento da comunicação e recuperação da popularidade
Os contratos de publicidade de ministérios, bancos e estatais no governo Lula (PT) podem atingir a marca de R$ 3,5 bilhões em 2025, após a finalização de licitações para a escolha de agências de propaganda. O aumento nos investimentos ocorre em um momento em que o presidente busca fortalecer a comunicação institucional e melhorar sua imagem junto à população.
Foco na Divulgação de Programas do Governo
A expansão da publicidade tem como objetivo ampliar a divulgação de programas prioritários da atual gestão, como o Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e o Mais Acesso a Especialistas, do Ministério da Saúde. O governo defende que o aumento dos investimentos melhora a transparência e permite que a população tenha mais acesso às informações sobre políticas públicas.
Atualmente, 21 órgãos federais possuem contratos vigentes com agências de publicidade ou estão com processos de licitação abertos. Somente quatro dessas seleções somam R$ 700 milhões em contratos.
Entre os principais investimentos estão:
- Banco do Brasil: R$ 750 milhões
- Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência): R$ 562,5 milhões
- Caixa Econômica Federal: R$ 468,1 milhões
- Correios: R$ 380 milhões
Correios Retomam Publicidade para Reposicionar a Marca
Os Correios, que haviam deixado de investir em publicidade desde 2019, retomaram a estratégia para fortalecer sua presença no mercado de logística e encomendas, setor dominado por grandes multinacionais. A empresa alega que precisa reposicionar sua marca e competir de forma mais agressiva com concorrentes que investem pesadamente em publicidade.
Além dos Correios, outros órgãos decidiram ampliar seus investimentos em propaganda. O Inmetro assinou um contrato de R$ 40 milhões, enquanto o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) fechou um acordo de R$ 10 milhões, ambos sem histórico recente de gastos com publicidade.
Distribuição de Verbas Publicitárias e Monitoramento do TCU
A maior parte dos investimentos será destinada à produção de campanhas e compra de espaços publicitários em veículos de comunicação. Nos últimos anos, a distribuição dessas verbas foi alvo de debate. Durante o governo Bolsonaro, a Record e o SBT receberam fatias significativas dos recursos federais. Já sob Lula, os veículos do Grupo Globo voltaram a ser os mais escolhidos para exibição das campanhas institucionais.
Em 2020, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas na distribuição de verbas publicitárias do governo Bolsonaro, alegando falta de critérios técnicos. No ano passado, o órgão voltou a cobrar maior transparência e mecanismos para avaliar melhor o impacto das campanhas.
O governo Lula, por sua vez, argumenta que o investimento em comunicação pública é essencial para informar a população sobre seus direitos e sobre os serviços oferecidos pelo Estado. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), as campanhas seguem o propósito de dar ampla divulgação às ações do governo e ampliar o conhecimento sobre políticas públicas.