
Greve dos auditores fiscais completa seis meses e gera prejuízos bilionários ao país
Paralisação afeta finanças públicas e atrasa entrega de encomendas; categoria reclama de proposta salarial insuficiente e demora no pagamento
Os auditores fiscais da Receita Federal chegaram ao marco de seis meses em greve. De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco Nacional), essa paralisação está causando um rombo bilionário nos cofres públicos — cerca de R$ 14 bilhões em transações tributárias deixaram de entrar no orçamento do país.
Esses valores estavam na reta final para serem negociados, mas o time responsável por essas negociações — as chamadas transações tributárias — está parado. Na prática, isso significa que cobranças que poderiam se transformar em receitas para o governo estão congeladas, prejudicando a economia.
A greve, iniciada em novembro do ano passado, foi motivada pela cobrança de reajuste salarial dos auditores. Além do impacto nas finanças públicas, a paralisação provoca lentidão nas operações da Receita, conhecida no meio como “operações tartaruga”, que está atrasando a liberação de cerca de um milhão de encomendas nas aduanas pelo Brasil.
Na semana passada, os auditores rejeitaram quase por unanimidade — cerca de 95% dos votos — a primeira proposta do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para o reajuste salarial. O principal motivo do descontentamento foi o fato de que a proposta não abrange toda a categoria e oferece um aumento bem abaixo do que outras carreiras do serviço público receberam.
Outro ponto que causou insatisfação foi o prazo para pagamento: a categoria só receberia o reajuste no segundo trimestre de 2026, enquanto outras carreiras federais já terão seus aumentos neste ano.
O Sindifisco Nacional informou que vai oficializar o resultado da assembleia e aguarda um novo momento de negociação com o governo em breve. A remuneração dos auditores está congelada desde 2016, com exceção de um reajuste de 9% concedido em 2023 para todo o funcionalismo público.
Enquanto isso, a paralisação segue, e o país sente os efeitos da ausência desses profissionais na arrecadação e no funcionamento da Receita.