Israel aceita proposta dos EUA para cessar-fogo temporário em Gaza; Hamas ainda avalia o acordo
Plano americano prevê troca de reféns por trégua de 60 dias na Faixa de Gaza, enquanto grupos negociam detalhes delicados em meio à crise humanitária
Nesta quinta-feira, a Casa Branca confirmou que Israel concordou com uma nova proposta de cessar-fogo temporário para o conflito em Gaza. O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, confirmou ter recebido o plano, mas informou que ainda está analisando a proposta “com responsabilidade”. Os detalhes oficiais não foram divulgados, mas o jornal israelense Haaretz revelou que o acordo prevê a libertação de dez reféns vivos e 18 mortos, divididos em duas fases, em troca de uma trégua de 60 dias no território palestino.
A proposta foi apresentada pelo enviado do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, e não exige que Israel interrompa totalmente sua ofensiva ou se retire da Faixa de Gaza imediatamente. No entanto, o texto deixaria espaço para que o Hamas interprete o cessar-fogo como um passo para um acordo de longo prazo.
Fontes palestinas e árabes envolvidas nas negociações afirmam que o Hamas está inclinado a aceitar o acordo, embora haja temor de que os ataques israelenses possam recomeçar após a liberação parcial dos reféns. Uma dessas fontes destacou ao Haaretz que o grupo terrorista está pressionado pela piora das condições humanitárias e financeiras em Gaza, além das dificuldades para governar a região.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou confirmar os detalhes, mas afirmou que as conversas continuam e manifestou esperança de que um cessar-fogo permita a devolução de todos os reféns. Ela ressaltou que qualquer anúncio oficial partirá diretamente da Casa Branca, seja pelo presidente, por ela mesma ou pelo enviado Witkoff.
De acordo com o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já comunicou às famílias dos reféns que aceitou a proposta dos EUA.
O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque que deixou 1.218 mortos e sequestrou 251 pessoas. Segundo Israel, 57 reféns ainda estariam em Gaza, dos quais 34 estariam mortos. Em resposta, a ofensiva israelense matou mais de 54.200 palestinos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, reconhecidos pela ONU.
Enquanto a tensão segue alta, a proposta de cessar-fogo surge como uma possível trégua em meio à escalada de violência e sofrimento na região.
