
Israel diz ter matado general mais próximo de Khamenei em bombardeio a Teerã
Ataques aéreos elevam tensão com o Irã, e exército israelense afirma ter eliminado chefe do Estado-Maior de Guerra; governo iraniano denuncia agressão e apela à ONU
O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar nesta terça-feira (17/6), com a morte de Ali Shadmani, apontado como o chefe do Estado-Maior de Guerra do Irã e braço-direito do líder supremo Ali Khamenei. Segundo o exército israelense, Shadmani foi morto em um bombardeio aéreo direcionado a um centro de comando estratégico em Teerã.
Considerado uma das figuras militares mais poderosas do regime iraniano, Shadmani ocupava o cargo desde a morte de Gholamali Rashid, seu antecessor, que também foi vítima de um ataque israelense na semana passada. Ele comandava operações tanto do Exército iraniano quanto da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).
“Ele era peça-chave no planejamento militar contra Israel”, disseram as Forças de Defesa de Israel, alegando que o centro de comando “Khatam al-Anbiya”, sob seu controle, era responsável por coordenar ações de combate e aprovar planos ofensivos do Irã.
A morte do general é parte de uma série de ações coordenadas por Israel para desestabilizar o alto comando militar iraniano. “Isso enfraquece a cadeia de comando das forças armadas do Irã”, declarou um porta-voz militar israelense.
Bombardeios e tensão crescente
Desde a última quinta-feira (12/6), Israel vem conduzindo o que chama de ofensiva preventiva contra o programa nuclear iraniano. Cerca de 30 mísseis foram lançados contra o território israelense na madrugada desta terça, segundo o general de brigada Effie Defrin. A maioria teria sido interceptada, mas alguns causaram danos.
Em resposta, o Irã acusou Israel de violar normas internacionais e pediu a intervenção da ONU. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, condenou os ataques e disse esperar uma ação urgente do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do Conselho de Segurança.
O cenário no Oriente Médio se agrava a cada dia, em meio à histórica rivalidade entre os dois países e à preocupação global com o avanço do programa nuclear iraniano. Enquanto Israel age para conter o que vê como ameaça existencial, o Irã denuncia agressões que colocam em risco a estabilidade regional.