Ministro da Previdência estava presente em reunião sobre fraudes no INSS que ficaram sem solução por um ano
Wolney Queiroz participou de encontro em 2023, onde foram alertados sobre descontos irregulares em benefícios, mas ações concretas só ocorreram em 2024, após operação da Polícia Federal
O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fez sua estreia em uma reunião que discutiu fraudes no INSS, ainda durante o mandato de Carlos Lupi. A reunião, realizada em junho de 2023, trouxe à tona um aumento alarmante de denúncias sobre descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Apesar da gravidade do caso, a discussão foi ignorada por quase um ano, até que a situação se tornasse pública em 2024.
O encontro de 2023, registrado na ata da 296ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), foi marcado pela preocupação de entidades como o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), representado por Tonia Galleti. Ela solicitou, sem sucesso, a inclusão de uma pauta sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades que têm descontos junto ao INSS. Mesmo com as crescentes denúncias, o tema foi adiado para a próxima reunião.
Naquela reunião, Wolney Queiroz, que seria nomeado ministro em 2025, não entrou diretamente na discussão, mas esteve presente quando Lupi reconheceu a importância da questão e sugeriu uma investigação. No entanto, a ação efetiva foi postergada. O caso, que já estava claro como um grande problema, só voltou à tona em abril de 2024, quando uma operação da Polícia Federal, a Operação Sem Desconto, revelou um esquema de deduções fraudulentas em benefícios de aposentados e pensionistas.
A situação levantou críticas sobre a falta de resposta rápida, apesar dos alertas desde 2023. A operação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) trouxe à luz um esquema de fraudes que afetava diretamente os beneficiários do INSS, deixando um rastro de desconfiança no sistema de previdência.
