Ministro Silvio Almeida, do governo Lula, é acusado de assédio sexual…
Silvio Almeida, responsável pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou número de casos, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.
“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.
Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
É revoltante e absolutamente inadmissível que em pleno 2024 ainda precisemos discutir algo tão básico quanto o direito das mulheres a um ambiente de trabalho seguro. O presidente Lula foi enfático, e com toda razão: quem pratica assédio não tem lugar no governo. É o mínimo que se espera de uma administração que se diz comprometida com os direitos humanos! Assédio é uma praga que precisa ser extirpada, como erva daninha sufocando a dignidade. Não há desculpas, não há justificativas.
Por mais que as investigações sejam necessárias — porque claro, a justiça deve seguir seu curso —, fica impossível não pensar no quão frequente é esse tipo de situação quando o poder se concentra nas mãos erradas. O Me Too trouxe à tona algo que está enraizado nas estruturas mais altas do poder, e a verdade é que se alguém usa sua posição para subjugar e humilhar outra pessoa, deve ser arrancado do cargo com a mesma força com que se arrancaria um tirano de um trono.
Lula, ao afirmar que não permitirá assédio em seu governo, deu um recado claro: o discurso bonito sobre igualdade e direitos humanos não pode ser manchado por ações covardes e desprezíveis. A integridade da administração pública está em jogo, e o Brasil não pode compactuar com quem abusa do poder, seja quem for. Se a justiça se prova inocente, que bom, mas até lá, essa nuvem de suspeita já mancha não só a reputação pessoal de Silvio Almeida, mas também a luta pela qual tantos têm se esforçado.
É decepcionante, para dizer o mínimo, que ainda seja necessário reafirmar que o governo de um país deve ser liderado por pessoas que respeitam as mulheres, que entendem que o poder não é uma arma para subjugar, mas uma ferramenta para construir um futuro melhor para todos. O Brasil merece mais do que figuras acusadas de crimes tão graves. Merece respeito.