“Não é mau humor, é orçamento atrasado”, diz Hugo Motta sobre cobrança do STF

“Não é mau humor, é orçamento atrasado”, diz Hugo Motta sobre cobrança do STF

Presidente da Câmara nega tensão com Supremo e responsabiliza demora na liberação das emendas pela aprovação tardia do Orçamento de 2025

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez questão de afastar qualquer ideia de conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF), após o ministro Flávio Dino cobrar explicações sobre o uso de R$ 8,5 bilhões em emendas de comissão. Segundo Motta, não há “mau humor” com a Corte — o que existe, segundo ele, é um atraso herdado da própria tramitação orçamentária.

“A aprovação do Orçamento foi empurrada para o final de março e só sancionada no fim de abril. Isso atrasou toda a execução orçamentária. Agora estamos lidando com as consequências”, afirmou o deputado nesta quarta-feira (11), durante o Brasília Summit, evento que reuniu empresários e políticos ligados ao agronegócio e à construção civil.

Motta também frisou que o Congresso agiu para dar mais transparência à destinação dos recursos públicos. “Não há desconforto com o STF. Estamos tranquilos quanto à execução do Orçamento, que passou por mudanças importantes para garantir mais previsibilidade”, destacou ele, rebatendo a ideia de embate entre os Poderes.

Ainda assim, o parlamentar admitiu que tem pressionado o governo federal para liberar com mais agilidade as emendas indicadas por deputados e senadores. “As emendas são ferramentas fundamentais para levar infraestrutura, saúde e desenvolvimento para onde mais se precisa. Estou cobrando o governo dentro da legalidade para que a execução aconteça o quanto antes.”

As declarações de Motta surgem num momento em que o Congresso enfrenta críticas sobre o uso das chamadas emendas de comissão, especialmente pela falta de clareza no destino de parte dos valores. A nova cobrança do STF, agora sob a caneta de Flávio Dino, reacende a discussão sobre transparência e o papel das emendas no jogo político.

Ao ser questionado sobre o cenário, Motta foi direto: “A execução está lenta, mas não por má vontade, e sim porque o Orçamento chegou tarde. E isso compromete tudo.”

O clima nos bastidores é de tensão moderada, mas o presidente da Câmara tentou apaziguar. Ele reafirmou que o Legislativo está comprometido com a legalidade e que o diálogo com o Supremo continua aberto — mesmo com o “freio de arrumação” vindo do Judiciário.

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