ONG suspeita de desviar doações terá contas auditadas

ONG que recebeu R$ 22 milhões após tragédia em SP terá de abrir as contas para análise da Justiça

A Justiça de São Paulo decidiu realizar uma auditoria nas contas da ONG Gerando Falcões, suspeita de desviar recursos doados para as vítimas das enchentes em São Sebastião, ocorridas em fevereiro de 2023. A tragédia deixou 65 mortos e 4 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas no litoral paulista. A ONG recebeu R$ 22 milhões em doações para ajudar os afetados.

A prefeitura de São Sebastião pediu a prestação de contas da ONG, mas a Gerando Falcões alegou que os fundos não são públicos e não forneceu documentos detalhados sobre os gastos. Em julho de 2023, a ONG apresentou um relatório sem clareza sobre o uso dos recursos. Diante da falta de transparência, a prefeitura recorreu à Justiça para que os fundos fossem congelados até a auditoria ser realizada.

O juiz Guilherme Kirschner, da 2ª Vara Cível de São Sebastião, determinou a auditoria, destacando que o município tem o direito de exigir a prestação de contas devido ao interesse coletivo dos donatários. A auditoria será conduzida para esclarecer como os recursos foram administrados.

A prefeitura também abriu uma ação civil pública para que os recursos sejam geridos por um conselho composto por representantes do Ministério Público, da prefeitura, do governo estadual e da sociedade civil. Caso a ONG não prove a correta aplicação dos recursos, a prefeitura pretende reverter os valores para um fundo estadual destinado à defesa de interesses difusos.

A Gerando Falcões, liderada por Eduardo Lyra, afirma que o dinheiro recebido está sendo utilizado conforme planejado e que parte dos fundos está reservada para ações de recuperação. A ONG, fundada em 2013, inicialmente focava em promover a cultura e o esporte entre crianças e adolescentes, mas expandiu suas atividades e atraiu grandes empresários e políticos..

FONTE: Metrópoles