Operação Policial Desmonta ONG Suspeita de Ligações com o PCC em São Paulo

Operação Policial Desmonta ONG Suspeita de Ligações com o PCC em São Paulo

Operação Scream Fake prendeu 12 pessoas envolvidas com PCC

Ações revelam uso de organização para assistência jurídica, médica e controle financeiro pela facção criminosa

A Polícia Civil de São Paulo, em parceria com o Ministério Público Estadual (MP-SP), deflagrou nesta terça-feira (14) uma operação para desmantelar uma organização não governamental (ONG) suspeita de atuar em benefício do Primeiro Comando da Capital (PCC). Nomeada de “Scream Fake” (Falso Grito), a operação cumpriu 12 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em várias cidades paulistas e em Londrina, no Paraná.

A ONG Pacto Social & Carcerário, localizada em São Bernardo do Campo (SP), prestava assistência a presos e ex-detentos e agora é acusada de ser um braço logístico do PCC. Entre os presos estão três advogados, além da presidente e do vice-presidente da entidade. As atividades da organização foram suspensas por decisão judicial.

Esquema descoberto e setores de atuação

A investigação começou em 2022, após a apreensão de cartões de memória escondidos nas roupas de um visitante na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. O conteúdo revelou o envolvimento da ONG com a facção e detalhou sua divisão em quatro setores principais:

  1. Gravatas: Advogados que forneciam assistência jurídica aos membros da organização criminosa.
  2. Saúde: Recrutamento de médicos e dentistas para atender líderes do PCC dentro das penitenciárias.
  3. Financeiro: Controle de lucros obtidos com tráfico de drogas, armas e roubos.
  4. Reivindicações: Forjamento de ações judiciais, protestos populares e denúncias para tentar enfraquecer o sistema de justiça e influenciar a opinião pública.

Os médicos e dentistas investigados negaram qualquer ligação com o PCC.

Impactos e desdobramentos

Além das prisões, a operação destacou a capacidade de infiltração da facção em áreas que deveriam servir ao interesse público. Autoridades apontaram que a ONG servia como fachada para manter as atividades do PCC fora do radar policial.

A operação é mais um exemplo da política de combate direto ao crime organizado, que tem marcado o governo estadual nos últimos anos, refletindo na redução de índices de violência e no enfraquecimento da facção.

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