PGR denuncia o primeiro suspeito de financiar atos do 8 de Janeiro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia na quinta-feira, 14, contra o primeiro suspeito de financiar os atos ocorridos em 8 de janeiro. O indivíduo, residente em Londrina, Paraná, teria contratado quatro ônibus por R$ 59,2 mil para transportar manifestantes até Brasília. Segundo a PGR, ele também teria auxiliado na organização da viagem e na mobilização de manifestantes e doações. A identidade do suspeito não foi revelada.
A denúncia imputa ao homem cinco crimes: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com uso de substância inflamável, e deterioração de patrimônio tombado. Se condenado, ele pode enfrentar uma pena de até 30 anos de reclusão. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e é assinado pelo subprocurador Carlos Frederico dos Santos, responsável pela coordenação das investigações sobre os atos golpistas.
Conforme a denúncia, o suspeito teria participado ativamente de conversas em aplicativos de mensagens, mantendo uma lista de transmissão para disseminar publicações antidemocráticas. A PGR alega que o objetivo era incitar a população e as Forças Armadas a contestar o resultado das eleições de 2022 e destituir o presidente eleito.
Uma das mensagens recuperadas pelos investigadores revela que os ônibus partiriam de Londrina em 6 de janeiro com destino ao “cerco” ao Congresso Nacional. Entre os passageiros estava Orlando Ribeiro Júnior, preso em flagrante no Palácio do Planalto e condenado a três anos de prisão. Outro extremista, detido próximo ao Quartel General do Exército, em Brasília, também viajou com o grupo. Até o momento, a PGR já denunciou um total de 1.413 pessoas, incluindo 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e o financiador.