
Prefeito de SP apoia PL que impede contratação de artistas que exaltam o crime
Ricardo Nunes ironiza rapper Oruam e reforça veto a apologia criminosa
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou apoio ao projeto de lei proposto pela vereadora Amanda Vettorazzo (União), que proíbe o poder público de contratar artistas que façam apologia ao crime. O PL ficou conhecido como “anti-Oruam” devido à polêmica entre a parlamentar e o rapper.
Durante um evento para anunciar um investimento de R$ 319 milhões na cultura paulistana, Nunes ironizou o artista:
— Eu nem conheço as músicas desse rapaz. Isso já mostra que tenho um bom gosto musical — afirmou.
O prefeito também destacou que não permitirá que artistas que exaltam o crime recebam recursos públicos.
— Não vamos aceitar, em hipótese alguma, que alguém que faça apologia ao crime seja contemplado nos editais culturais da cidade. Isso não vai acontecer em São Paulo — garantiu.
Polêmica envolve rapper e vereadora
A discussão em torno do projeto começou após a vereadora Amanda Vettorazzo criticar Oruam por suas letras e defender que ele não se apresentasse em São Paulo. O rapper reagiu com um vídeo em suas redes sociais, chamando a parlamentar de “idiota” e dizendo que apenas retrata a realidade das periferias.
— A gente canta o que vive. Quando é um playboy falando, ninguém reclama — disse Oruam.
O vídeo levou a uma onda de ataques contra a vereadora, que registrou um boletim de ocorrência contra o rapper por injúria, difamação e incitação ao crime.
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho. A polêmica reforçou o debate sobre liberdade artística e o financiamento público da cultura. Enquanto apoiadores do PL veem a medida como necessária para coibir a exaltação do crime, críticos acusam a proposta de censura e elitismo cultural.