STF: Gilmar Mendes suspende decisões sobre compra de remédio de R$ 17 milhões
É revoltante. Em uma decisão que coloca em xeque a vida de inúmeras crianças que sofrem de Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu suspender as decisões judiciais que obrigavam o governo federal a comprar o medicamento Elevidys, uma esperança para muitas famílias. Este remédio, essencial para o tratamento dessa doença rara e devastadora, custa cerca de R$ 17 milhões, um valor que coloca a vida dessas crianças em uma balança entre economia e sobrevivência.
A decisão de Mendes mantém a obrigação de compra apenas para crianças que vão completar 7 anos nos próximos seis meses. Mas o que dizer das outras? Devem esperar enquanto a burocracia e as negociações travam o único caminho possível para uma chance de vida? É indignante pensar que a concessão desordenada de decisões judiciais seja vista como uma ameaça ao Sistema Único de Saúde, enquanto a verdadeira ameaça é o colapso da esperança para essas famílias.
O ministro argumenta que métodos alternativos, como a negociação de preços e a divisão dos riscos, são o caminho a seguir. Mas para quem? Para as grandes corporações farmacêuticas, que continuarão a lucrar enquanto o governo joga com a vida dos mais vulneráveis? Enquanto as audiências de conciliação avançam a passos de tartaruga, o tempo para essas crianças se esvai.
A suspensão das decisões é um golpe duro, uma demonstração de que a justiça nem sempre está ao lado de quem mais precisa. E enquanto se discute o futuro do Elevidys em reuniões de portas fechadas, as famílias continuam à mercê de um sistema que deveria protegê-las, mas que agora parece disposto a sacrificar vidas em nome da economia. A próxima reunião está marcada para 30 de setembro, mas a pergunta que fica é: quantas crianças terão que esperar, ou pior, quantas não poderão mais esperar?