
đïž SilĂȘncio Forçado? Nikolas acusa censura em afastamento de comentaristas da ESPN
Deputado reage ao suposto pedido da CBF para silenciar crĂticas e vĂȘ ameaça Ă liberdade de expressĂŁo: âA prĂłxima vĂtima pode ser vocĂȘâ
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a movimentar as redes sociais nesta quarta-feira (9), ao criticar o afastamento temporĂĄrio de seis jornalistas do programa Linha de Passe, da ESPN. A decisĂŁo da emissora veio apĂłs os comentaristas repercutirem uma reportagem da Revista PiauĂ com denĂșncias pesadas sobre a gestĂŁo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Para Nikolas, a situação escancara o que ele define como âcensura disfarçadaâ. Em tom de alerta, ele escreveu:
âSe for verdade que a CBF pediu providĂȘncias Ă ESPN por causa de comentĂĄrios de jornalistas, o nome disso Ă© um sĂł: censura. E o fato da emissora afastar os profissionais por expressarem opiniĂŁo Ă© de uma covardia absurda. A liberdade vai sendo retirada assim⊠aos poucos. Na polĂtica, no futebol⊠quem serĂĄ o prĂłximo?â
Apesar de Nikolas ter falado em demissĂŁo, os profissionais â entre eles o apresentador William Tavares e os comentaristas Paulo Calçade, Gian Oddi, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e o editor-chefe Dimas Coppede â foram apenas afastados por dois dias e devem retornar ao ar nesta quinta-feira (10).
Até o momento, CBF e ESPN não comentaram oficialmente o ocorrido.
Os bastidores da denĂșncia
A matĂ©ria da Revista PiauĂ aponta que, durante a Copa do Mundo de 2022 no Catar, a CBF bancou regalias milionĂĄrias para um grupo de 49 pessoas sem vĂnculo oficial com a entidade. A lista incluĂa amigos, aliados polĂticos e familiares de Ednaldo Rodrigues, todos hospedados em hotĂ©is cinco estrelas, viajando em primeira classe e usando cartĂ”es corporativos com limite diĂĄrio de atĂ© 500 dĂłlares.
A reportagem ainda denuncia que Rodrigues usou recursos da CBF para cobrir passagens e hospedagem de sua esposa, filha, genro, netos e até cunhada. Parlamentares como Ciro Nogueira e José Rocha também estariam entre os agraciados.
Mesmo com receitas bilionĂĄrias, a entidade enfrenta desorganização administrativa, cortes em ĂĄreas essenciais â como nos treinamentos de arbitragem â e dĂvidas em cartĂłrio, enquanto dirigentes recebem salĂĄrios de atĂ© R$ 215 mil mensais, alĂ©m de benefĂcios como 16Âș salĂĄrio.
Outro ponto controverso é o fortalecimento dos laços da CBF com o Instituto IDP, fundado por Gilmar Mendes, do STF. Pessoas ligadas ao instituto passaram a ocupar cargos na entidade.
Um retorno polĂȘmico
DestituĂdo por decisĂŁo judicial, Ednaldo Rodrigues contratou o advogado Pedro Trengrouse com um contrato de R$ 6,5 milhĂ”es pagos pela CBF. Pouco depois, o mesmo advogado entrou com nova ação â desta vez pelo PCdoB, partido do secretĂĄrio-geral da CBF â que foi parar nas mĂŁos de Gilmar Mendes. O resultado? Rodrigues voltou ao comando da confederação.