Crise na Fronteira: Venezuela Fecha Acesso com a Colômbia Antes da Posse de Maduro
Medida drástica ocorre em meio a denúncias de conspiração e tensão política
A poucas horas da posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro, o governo da Venezuela determinou o fechamento da fronteira terrestre com a Colômbia e suspendeu os voos entre os dois países. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (10) pelo governador de Táchira, Freddy Bernal, em meio a acusações de uma suposta “conspiração internacional” para desestabilizar o país.
Segundo Bernal, o fechamento começou às 5h (horário local) e se estenderá até segunda-feira (13). Ele afirmou que a decisão busca garantir a paz na região. “Estamos controlando totalmente o estado e asseguraremos a tranquilidade de nosso povo em qualquer circunstância”, declarou em um vídeo publicado no Instagram.
Bernal pediu paciência à população afetada, incluindo empresários e trabalhadores que dependem do trânsito pela fronteira. Apesar do bloqueio no lado venezuelano, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informou que manterá suas fronteiras abertas, destacando que o espaço aéreo venezuelano permanecerá fechado por 72 horas.
A decisão acontece em um contexto de disputa política acirrada. Em julho de 2024, Maduro venceu uma eleição presidencial cuja legitimidade é contestada pela oposição. Edmundo González Urrutia, principal adversário de Maduro, reivindica a vitória, apoiado por documentos que, segundo ele, comprovam fraudes no pleito. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela deu aval à reeleição de Maduro, sem apresentar atas que sustentem a decisão.
A fronteira entre os dois países, que se estende por 2.219 quilômetros, é vital para o fluxo comercial e para milhares de pessoas que vivem na região. A medida reforça as tensões diplomáticas entre Venezuela e Colômbia, mesmo com o presidente colombiano, Gustavo Petro, insistindo em manter relações com o governo venezuelano, apesar de não reconhecer a vitória de Maduro.
A crise política venezuelana segue como tema central na América Latina, com reflexos diretos nas relações bilaterais e no cotidiano das populações que dependem da convivência entre as duas nações.
