Lula se defende de críticas por não mencionar a Venezuela na ONU: “Por que eu tenho que falar disso em todo lugar?”

Lula se defende de críticas por não mencionar a Venezuela na ONU: “Por que eu tenho que falar disso em todo lugar?”

É quase inacreditável ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responder às críticas sobre a falta de menção à Venezuela em seu discurso na ONU com um tom tão desdenhoso. Durante uma entrevista no México, onde acompanhava a posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, Lula disparou: “Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar? Eu não falo nem da Janja em todo lugar”.

Essa declaração é, no mínimo, preocupante. O país vizinho, que enfrenta uma crise humanitária e política alarmante, deveria ser uma preocupação constante para um líder que se diz defensor da democracia e dos direitos humanos na América Latina. Ignorar a situação na Venezuela não é apenas uma falta de consideração; é um sinal de desinteresse por questões que impactam diretamente a vida de milhões de pessoas.

A ausência de um posicionamento claro de Lula sobre a crise venezuelana em um fórum internacional tão importante foi alvo de críticas, incluindo de organizações como a Human Rights Watch. A diretora da Divisão das Américas da entidade, Juanita Goebertus, lamentou o silêncio do Brasil e da Colômbia, argumentando que ambos os países têm a responsabilidade de impulsionar uma transição democrática em Caracas. Como é possível não usar uma plataforma tão significativa para se manifestar contra violações de direitos humanos e apoiar aqueles que lutam por uma vida digna?

Enquanto Lula se ocupa de falar sobre reformas em organismos multilaterais e outros assuntos distantes, a realidade na Venezuela continua a exigir atenção urgente. O presidente brasileiro, que já havia criticado Nicolás Maduro, agora se esquiva de um debate necessário e crucial. A falta de reconhecimento da vitória de Maduro nas últimas eleições é um ponto que precisa ser abordado, mas não pode ser feito apenas em tom de reclamação ou retórica vazia.

O que precisamos é de ações concretas, de solidariedade com aqueles que estão sofrendo e uma postura firme que mostre que o Brasil, sob a liderança de Lula, está realmente comprometido com a defesa dos direitos humanos e da democracia na América Latina. Essa é uma responsabilidade que não pode ser ignorada, e a população merece mais do que palavras ocas e evasivas.

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