Tiros contra ambulâncias em Gaza geram nova crise internacional para Israel
Ataque deixou 15 mortos; Israel fala em “terroristas”, enquanto ONU denuncia vala comum com socorristas
O governo de Israel enfrenta crescente pressão internacional após um ataque a ambulâncias na Faixa de Gaza, ocorrido em 23 de março, que resultou na morte de 15 pessoas. O Exército israelense afirma ter atirado contra “alvos suspeitos”, mas uma investigação da ONU aponta que os mortos eram trabalhadores humanitários.
Tiros contra socorristas e corpos em vala comum
De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, entre os mortos estão oito médicos da organização, seis agentes da Defesa Civil de Gaza e um funcionário da ONU. Na última quarta-feira (2), Jonathan Whittall, do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, relatou que as vítimas foram encontradas em uma “vala comum” ao lado de ambulâncias destruídas.
“As ambulâncias foram atingidas uma a uma”, afirmou Whittall, descrevendo a cena como “chocante”.
O Exército de Israel admitiu ter disparado contra as ambulâncias, justificando a ação sob a suspeita de que pudessem estar transportando membros do Hamas e da Jihad Islâmica. Autoridades militares alegam ter identificado combatentes do Hamas entre os mortos, incluindo um envolvido no ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel.
Pressão internacional e resposta de Israel
Diante da repercussão global, o Exército israelense anunciou que o caso foi encaminhado para investigação. No entanto, uma fonte militar revelou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) tentaram coordenar a retirada dos corpos, mas, devido a “limitações operacionais”, os cadáveres foram cobertos com lençóis e terra para evitar a decomposição.
A ONU e organizações humanitárias pedem uma investigação independente e cobram responsabilidade pelo ataque. Enquanto isso, a comunidade internacional aguarda a resposta de Israel diante das denúncias.
